Frei Damião também pode virar santo

Outro religioso que deixou muitos fiéis na Paraíba e que há mais de dez anos a Igreja Católica abriu o processo de beatificação e canonização para transformar em santo foi Frei Damião.

Apesar de nascido na Itália, o missionário se tornou conhecido no Nordeste na década de 1930, através das missões empreendidas pela região com o intuito de ajudar e aliviar o sofrimento do povo. Na Paraíba, há vários prédios ou monumentos que homenageiam o Frei.

Em João Pessoa, uma maternidade pública leva o nome dele e, em Guarabira (no Agreste), um memorial é dedicado ao frei. Foi esta última, inclusive, a última cidade por onde o frei passou em missão, antes de falecer em 31 de maio de 1997.

Por conta disso, o memorial recebe romeiros de todas as regiões do Nordeste e realiza, todos os anos, festividades para lembrar a vida do missionário. Segundo o monsenhor José Nicodemos, atual dirigente da Paróquia Alagoa Grande e uma das autoridades eclesiásticas envolvidas no processo de beatificação do Frei Damião, toda a documentação contendo depoimentos e testemunhas de curas e milagres realizados foi enviada em julho último para a Congregação para Causa dos Santos, em Roma.

É lá, no continente europeu, onde Frei Damião nasceu, que as autoridades irão decidir se ele será ou não beatificado e canonizado. “Vai caber ao Vaticano a responsabilidade de dar prosseguimento às demais etapas para concluir o processo”, disse Nicodemos.

No entanto, independentemente da decisão do Vaticano, para muitos católicos, Frei Damião já é santo. “Tenho certeza que quem curou meu filho foi Deus, mas Frei Damião foi o instrumento usado por ele. Para mim, ele é um operador de milagre”, revelou Solange Medeiros, que há 17 anos contou ter o filho – com diagnóstico de má formação do cérebro – curado pelo Frei Damião.

Atualmente, o corpo do missionário está enterrado na capela de Nossa Senhora das Graças, de quem era devoto, no Convento São Félix, no bairro do Pina, em Recife.