VIDA URBANA
Fumaça de chaminé é perigo
Sudema alerta para a poluição provocada pelas chaminés das panificadoras, que agridem o meio ambiente e prejudicam a saúde das pessoas.
Publicado em 15/08/2012 às 6:00
A fumaça que sai das chaminés das panificadoras de Campina Grande tem contribuído para afetar a qualidade do ar na cidade, o que reflete diretamente na saúde das pessoas que moram nas proximidades dos mais de 100 estabelecimentos desse tipo que existem no município. O alerta é da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), que este ano já notificou 15 pontos comerciais que não se ajustaram às regulamentações da lei ambiental.
Como a maioria dos locais ainda utiliza a lenha como combustível, as chaminés devem ter no mínimo seis metros de altura, além de um filtro que impeça que junto à fumaça seja lançada no ar partículas que agridam ainda mais o meio ambiente e a saúde das pessoas. No bairro de Bodocongó, em Campina Grande, vários moradores já procuraram o órgão municipal para denunciar a grande quantidade de fumaça que sai das panificadoras da localidade, fato que, segundo eles, tem tornado a vivência muito difícil para quem mora vizinho aos locais.
A dona de casa Sheila Pereira, 34 anos, tem um filho de 14 anos e aponta que os problemas respiratórios dele, que acabaram há quase três anos, voltaram por conta da presença da fumaça no ar. “Ele tinha asma quando era mais novo e ficou bom. Agora, por conta dessa fumaça o dia todo aqui na rua, ele fica tossindo o dia inteiro, fica sem fôlego, e tudo é por conta dessa chaminé que joga a fumaça em cima das casas. Quem mora por aqui, tem que passar o dia inteiro com tudo fechado, e mesmo assim no final do dia a casa está cheia de pó”, disse a moradora da rua Radialista José Bezerra.
A panificadora à qual a dona de casa se referiu está no bairro há mais de dez anos e pertence a Marcos da Silva. Segundo ele, a Superintendência de Administração do Meio Ambiente já visitou o local várias vezes e nunca autuou o estabelecimento. Ele explicou que a última recomendação que atendeu foi a troca da chaminé que passou de seis para oito metros de altura. “Trocamos agora a chaminé e nós funcionamos com o filtro obrigatório. Estamos dentro da lei. Como o vento leva a fumaça para o lado mais alto do bairro, os moradores de lá são os que reclamam”, destacou.
O coordenador da Sudema, Roberto Almeida, confirmou que caso a panificadora burle a lei, o dono terá que pagar multa que varia de R$ 5 mil até R$ 100 mil, e ainda ter sua licença suspensa.
“Até agora as multas não ultrapassaram o valor mínimo, já que o dano não é muito grande. Mas, temos notado que muitas panificadoras estão abandonando o forno a lenha, e passando a utilizar gás e energia elétrica”, acrescentou Roberto Almeida.
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