VIDA URBANA
Funcionários protestam contra privatização do serviço público
Mobilização aconteceu em frente a entrada principal do campus; pelo menos 17 mil alunos ficaram sem aulas durante as últimas 24 horas.
Publicado em 23/05/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 17:08
A mobilização que parou os serviços de cerca de três mil funcionários da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), entre servidores técnicos e docentes, foi iniciada ontem pela manhã em frente à entrada principal do campus sede, em Campina Grande. O protesto aconteceu em todo o Brasil dentro da Jornada Nacional de Luta, que acontecerá até amanhã. Pelo menos 17 mil alunos ficaram sem aulas durante as últimas 24 horas.
De acordo com o membro do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado (Sintespb), Maelson Lucena, os trabalhadores estão protestando contra a privatização do serviço público, através do Projeto de Lei 92/2007, que cria as fundações estatais de direito privado. Ele explicou que o projeto ainda passará pela votação na Câmara dos Deputados e se for aprovado privatizará os serviços públicos em âmbito das universidades federais, desde os setores da saúde, previdência, passando pelo de pesquisa e extensão.
“Nós queremos o arquivamento do projeto, que se for aprovado pode prejudicar a todos os servidores e a população de forma geral. Nós estamos lutando pela democratização da universidade”, disse. Para o diretor presidente da Associação dos Docentes da UFCG (ADUFCG), Gonzalo Rojas, a precarização das condições de trabalho é uma realidade que atinge todas as universidades federais do país. “As universidades têm problemas gerais e outros mais pontuais.
Estamos lutando em conjunto para reivindicar melhorias estruturais e consequentemente no trabalho dos técnico-administrativos e professores”, contou.
O diretor afirmou que não há perspectiva de greve na UFCG, pelo menos por enquanto. No ano passado, a universidade paralisou a maioria de suas atividades por cerca de três meses e uma das conquistas dos servidores foi o reajuste salarial em cerca de 5%, até 2015. Conforme os servidores, o percentual não é o suficiente para garantir a valorização do salário diante da inflação atual. “Logicamente que dentro da nossa luta, estamos reivindicando um reajuste adequado. Hoje (ontem) a nossa manifestação foi para fazer um chamamento à comunidade acadêmica e à sociedade em geral”, contou Maelson Lucena. Ainda durante a tarde de ontem foi realizado um ato público, na Praça da Bandeira.
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