icon search
icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

'Garrafadas' ainda são usadas como remédio

Costume de tomar xaropes e chás à base de ervas permanece forte na cultura paraibana.

Publicado em 18/11/2012 às 15:00

Problemas de coluna, no pulmão, rins, reumatismo, inflamação urinária e na próstata, cisto no ovário, corrimento vaginal, gastrite e até impotência sexual. Eis algumas promessas de cura de doenças a partir das bebidas seculares produzidas à base de raízes e ervas, as chamadas garrafadas, que são vendidas nas feiras livres de Campina Grande e que pretendem dar um fim a esses males. Um costume que confronta fé e cientificidade, que além da desconfiança em sua eficácia ainda precisa lutar contra a indiferença imposta ao senso comum perante a cultura moderna.

Variedade na bebida não é problema: cascas de cajueiro-roxo e aroeira, unha de gato, alecrim, angico, arruda, eucalipto, jurema, mastruz, romã, nó-de-cachorro, cumarú, babosa e barriguda são apenas alguns dos muitos ingredientes que combinados e adicionados à água e outros solventes, como vinho, cachaça e uísque, podem ajudar no combate a enfermidades que começaram a ser tratadas antes mesmo do aparecimento dos remédios sintéticos. É o que aponta o professor, farmacêutico e especialista em Botânica Ivan Coelho Dantas, que pesquisa a ação das garrafadas e aponta a eficiência dos compostos.

“Todas as garrafadas têm atividades farmacêuticas, elas devem ser encaradas como medicamentos. Tomadas na hora certa, na quantidade certa, elas vão ajudar a curar vários tipos de doenças.

Por falta de assistência médica, a população recorre à alternativa das preparações caseiras e isso dá certo há séculos. É uma cultura que passa de geração para geração e tem que ser valorizada. Às vezes ela pode até nem fazer efeito, mas quantos medicamentos de farmácia também não funcionam ou apresentam efeitos colaterais indesejados?”, questionou o docente da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

E foi nesse universo de fé e experiências com a natureza que Inácia Firmino, 70 anos, sendo 58 deles dedicados ao convívio entre plantas e raízes, passou sua vida para se transformar em uma espécie de doutora-raiz. Em sua banca na Feira Central de Campina Grande desde a década de 1960, ela comercializa as garrafadas e tem dezenas de ingredientes que, segundo ela, quando combinados, têm o poder de, além de curar doenças, ajudar até a gerar uma vida. “Se a mulher tem dificuldade de engravidar, aqui a gente tem um remédio que limpa todo o sistema reprodutor e ela vai conseguir ter um filho”, prometeu dona Inácia.

Ao longo das décadas, a aposentada testemunhou diversas histórias de cura de problemas de saúde, como a da comerciária Júlia Oliveira de Sousa, 44 anos, que há dois foi diagnosticada com um cisto no ovário e que aproveitou para tomar a garrafada que deu para a filha tratar o corrimento vaginal e se surpreendeu com o resultado. “Minha mãe foi quem indicou que eu comprasse a garrafada para minha filha. Quando o problema dela acabou, eu descobri que tinha um cisto no ovário. Aí a primeira medida foi tomar a bebida das raízes e um mês depois eu fiquei boa”, garantiu Júlia.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp