VIDA URBANA
Grávidas no presídio: cuidados contra a zika independem de local
Atualmente há três gestantes na Penitenciária Feminina de CG e elas tomam todos os cuidados para não colocar em risco os filhos.
Publicado em 17/04/2016 às 7:10
A vontade de proteger um filho independe do lugar em que se estabelece a relação entre a mãe e o bebê. Prova disso é o caso das gestantes que estão na Penitenciária Feminina de Campina Grande, e mesmo em um local de vulnerabilidade, não medem esforços para adotar medidas de prevenção contra o vírus da zika. Atualmente há três gestantes na unidade prisional e elas contam tomam todos os cuidados necessárias para não colocarem em risco a vida dos seus filhos, uma vez que a zika está associada aos casos de microcefalia em bebês. Na Paraíba, 386 casos de bebês com microcefalia estão sob investigação e 103 foram confirmados, segundo o Ministério da Saúde.
“Passo repelente três vezes ao dia, vivo com roupas compridas, durmo de casaco, calça e meia. Tem também um ventilador dentro do quarto pra espantar os mosquitos e eu tomo bastante cuidado. Falo direto com as meninas que ficam aqui comigo pra elas se protegerem também. A gente tem que ter muito cuidado. Desde que eu soube dessa história de mosquito que eu me cuido”, comentou uma detenta grávida de cinco meses, que não quis revelar a identidade.
De acordo com a diretora da penitenciária feminina, Ana Íres, o acesso das detentas a itens como repelentes, por exemplo, é viabilizado por meio dos familiares que levam esses produtos durante as visitas. Além disso, a diretora destaca que é feito um monitoramento dos reservatórios de água e de outros locais que são criadouros em potencial do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue, zika e chikungunya) para evitar a sua proliferação.
“A gente tá sempre acompanhando e vendo os locais que têm abastecimento de água. As gestantes também fazem todo o pré-natal, ultrassonografia e tudo o que está ao nosso alcance, a nível de prevenção, nós estamos fazendo. A Secretaria Municipal de Saúde também oferece assistência aqui para a gente”, pontuou a diretora Ana Íres.
Além desses aparatos, as grávidas vão contar com a ajuda do Ministério da Justiça, que vai enviar repelentes às unidades prisionais femininas ou mistas que abriguem gestantes. A ação faz parte do esforço do Governo Federal para combater a zika, dengue e chikungunya em todo o país e terão prioridade os estados onde houver maior número de casos notificados de dengue. De acordo com os dados do Ministério da Justiça, de uma população carcerária feminina de 603 detentas na Paraíba, 17 são gestantes.
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