VIDA URBANA
Grevistas da PM são acusados de invadir delegacia e depredar carro
Gerência da Polícia Civil abriu inquérito para investigar manifestantes que renderam policiais civis em Mangabeira. Já em CG, alojamento do 2º Batalhão da PM foi arrombado.
Publicado em 03/03/2011 às 15:00
Karoline Zilah
Os atos de vandalismo de policiais militares durante a greve que durou quatro dias foram flagrados pela imprensa, principalmente em João Pessoa, desde o início do movimento na última segunda-feira (28). Porém, um caso ocorrido na noite da última terça-feira (1) não havia se tornado público até hoje.
Policiais supostamente ligados ao movimento invadiram a 9ª Delegacia Distrital de Mangabeira, renderam os funcionários e esvaziaram os pneus de uma viatura da Polícia Civil, impedindo que a equipe plantonista saísse para trabalhar caso fosse chamada para alguma ocorrência.
Segundo informações recebidas pelo Paraíba1, os cinco manifestantes estavam fardados como militares e encapuzados, o que impediu a identificação. Procurado para comentar o assunto, o delegado Giovanni Giacomelli, titular da 9ª DD, disse que não poderia comentar o assunto por determinação da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).
“Não posso negar que houve, mas qualquer declaração só pode ser feita pelo secretário”, comentou o delegado.
A assessoria de imprensa da SSP confirmou todas as informações e comunicou que um relatório sobre o ocorrido já foi passado para a delegada Daniella Vicuuna, gerente executiva da Polícia Civil na região metropolitana da Capital. Ela instaurou um inquérito administrativo para apurar o caso. As viaturas também já foram periciadas.
Arrombamento em CG
Na quarta-feira (2) em Campina Grande, o major João da Matta prestou queixa na Central de Polícia sobre o arrombamento do alojamento dos alunos do Curso de Formação de Soldados dentro da sede do 2º Batalhão da PM. Alguns produtos chegaram a ser roubados. Ele não descartou a hipótese do crime ter sido praticado por policiais em greve. Uma investigação será aberta para apurar o caso.
Os militares reivindicam o pagamento dos reajustes salariais previstos na “PEC 300 da Paraíba”. Os protestos mais violentos aconteceram na Praça João Pessoa, onde chegaram a ser jogadas bombas de efeito moral. Já nos batalhões da Polícia Militar em João Pessoa, Patos e Cajazeiras, os manifestantes rebaixaram pneus de carros da corporação.
O presidente da Caixa Beneficente da PM, coronel Marquir Cordeiro, aderiu à greve mas explicou que não houve nenhuma orientação por parte do comando para que os policiais agissem com violência.
“Não tive conhecimento desse incidente, mas a realidade é que o pessoal cansou de esperar as negociações e perdeu a paciência. Esses fatos são isolados e algumas situações fogem do nosso controle. Essa conduta não condiz com a seriedade da instituição que é a Polícia Militar”, explicou ao Paraíba1.
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