VIDA URBANA
Guarda Municipal de João Pessoa decreta greve por tempo indeterminado
Categoria pede aumento salarial e melhorias de trabalho. Prefeitura diz que já cumpriu maioria das reivindicações.
Publicado em 13/04/2015 às 9:34
Os servidores da Guarda Civil Municipal de João Pessoa decretaram greve por tempo indeterminado na manhã desta segunda-feira (13). Eles reivindicam por aumento salarial e melhores condições de trabalho. Desde o início da manhã, alguns guardas estão em frente do Centro Administrativo da cidade, na tentativa de um diálogo com um representante da prefeitura para marcar uma audiência e discutir o salário.
De acordo com o presidente do sindicato dos guardas municipais, Joalisson Barros, eles querem o aumento de R$ 850,00 para R$ 1.100, cerca de 30% a mais, que é equivalente ao salário que os guardas recebem em outro municípios. Joalison acrescentou que João Pessoa paga o salário mais baixo de toda a Paraiba.
Ainda conforme o presidente do sindicato, nos dias 1 e 31 de janeiro eles já haviam tentado negociar o salário com a Prefeitura, mas mesmo tendo ficado acertado uma conversa em fevereiro para negociação, não obtiveram êxito. Então, no domingo (12), em assembleia com a classe, eles então decidiram decretar a greve. O sindicato destaca que mantém os 30% de serviços em funcionamento conforme a Lei exige.
Secretário diz que maioria das reivindicações foram atendidas
Em entrevista concedida na manhã de hoje à rádio CBN João Pessoa, o secretário de segurança pública, Geraldo Amorim, afirmou que a maioria das reivindicações dos guardas municipais já foram atendidas pelo órgão. "Quando o prefeito assumiu, só tínhamos quatro Pálios velhos, caindo aos pedaços. Hoje nós temos 25 viaturas, cinco cabines duplas, um micro-ônibus, van, 25 motos", comentou.
"O maior ganho da guarda foi, primeiro, essa capacitacao que fizemos e a mudanca de perfil do guarda nao só estar cuidando do patrimônio público, mas interagindo com a comunidade, nos logradouros públicos, nas praças, na orla, no centro fazendo um trabalho de prevenção. Foi sso que deu nome e repercussao à categoria", complementou, frisando que a secretaria fará de tudo para que a segurança do município não fique prejudicada com a paralisação.
"Temos uma equipe de guardas voluntários, que não aderiram à greve. E nós vamos cobrar o mínimo de 30% do efetivo que os guardas municipais devem manter, o que não está acontecendo".
Classe luta pelo reajuste desde 2014
Em dezembro de 2014, a categoria já cogitava a possibilidade de uma greve. Em janeiro deste ano foram realizados dois encontros com a prefeitura para negociar o reajuste salarial, mas nada se resolveu.
Em março, também deste ano, então, os servidores resolveram chamar a atenção da prefeitura realizando um protesto na sede do órgão, que fica na Avenida Almirante Barroso, no Centro. Eles utilizaram carros de som, faixas e apitos para apresentar as reivindicações. Na época, o secretário de Segurança Pública e Cidadania do município, Geraldo Amorim, explicou que a mesa negociação com a classe nunca foi fechada e a reunião de fevereiro não aconteceu devido a problemas de agenda.
Sobre as reivindicações, ainda em março, o secretário havia declarado que a questão da baixa remuneração é uma “inverdade” do sindicato. “Eles estão jogando para plateia. A categoria recebe um salário de R$ 850 e mais um risco de vida de 100%, ninguém ganha menos de R$ 1.700. E os que fazem hora extra podem chegar a até R$ 2.500”, afirmou.
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