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VIDA URBANA

Hepatites fazem 1,4 mil vítimas e matam 50 pacientes na PB

Quantidade foi contabilizada em menos de três anos pela Secretaria de Saúde do Estado. Maioria dos casos registrados é da hepatite tipo A, a menos agressiva.  

Publicado em 17/11/2015 às 7:24

Uma doença viral contagiosa, silenciosa, que atinge o fígado e se agrava em meio à falta de sintomas. Assim são as hepatites, patologias que em menos de três anos, de 2013 até agora, já acometeram mais de 1.460 pessoas na Paraíba, causando a morte de 50 desses pacientes. Podendo ser causada por vírus, uso de remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas, a estimativa da gerente operacional das DST/Aids/Hepatites Virais da Secretaria de Estado da Saúde, Ivoneide Lucena Pereira, é ainda mais preocupante que os números do próprio órgão. Segundo ela, a cada pessoa diagnosticada com hepatite na Paraíba, existem outras cinco sem sabem que têm a doença.

De hoje até dia 20, João Pessoa sedia o 10º Congresso de HIV/Aids e 3º Congresso de Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Diferenciadas por tipo A, B ou C, as hepatites podem ser causadas por vários fatores. A hepatite do tipo A, pelo consumo de alimentos mal lavados ou em condições sanitárias insatisfatórias, responde pela maioria dos casos, 844 no total. Já a hepatite B, transmitida principalmente via relações sexuais sem preservativo, totaliza 427 notificações. A mais agressiva delas, a hepatite C, transmitida pelo uso de seringas e agulhas entre usuários de drogas e objetos cortantes, como alicate de unha e equipamentos usados em tatuagem e piercing, é responsável por apenas 12,9% do total dos casos, 189 registros, mas é também a de maior alerta, segundo a médica infectologista e professora do curso de Medicina da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Sônia Maria Barbosa de Souza.

Além da agressividade da doença, diferente dos tipos A e B, não existe vacina para a hepatite C, o que requer ainda mais atenção por parte das pessoas, alerta Sônia, ao complementar que a taxa de transmissão quando há contato com o vírus é de 10% no caso do tipo C, e de 30% em relação ao tipo B.

Os dados da SES apontam ainda uma redução no número de notificações no Estado. Enquanto que em 2013 foram diagnosticados 716 casos da doença, em 2014 foram 555 e esse ano, apenas 189, o que é comemorado pela gerente operacional Ivoneide Lucena Pereira, que acredita que a diminuição está relacionada às campanhas de prevenção e vacinação contra as enfermidades.

Contra as hepatites A e B a imunização é para crianças entre 1 e 2 anos de idade e para quem tem até 49 anos. As duas vacinas podem ser tomadas durante todo o ano nos postos de vacinação do SUS. Essa recomendação especial para pessoas com mais de 40 anos acontece, segundo a médica Sônia Maria Barbosa de Souza, porque nas décadas de 80 e 90 havia mais uso de drogas injetáveis, transfusões de sangue e hemodiálise com menor controle e sexo desprotegido. Em virtude disso, ela enfatiza a importância do teste. Na Paraíba, segundo a SES, 200 municípios tem o teste rápido para o diagnóstico de hepatite, cujo resultado sai em menos de meia hora. O teste é disponibilizado nas unidades básicas de saúde.

Os locais de referência para o tratamento de hepatite são o Hospital Universitário Lauro Wanderley e o Complexo Hospitalar Clementino Fraga. Já as medicações para esses pacientes são disponibilizadas pelo SUS e entregues pelo Centro de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (Cedmex) nas Gerências Regionais de Saúde.

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Jornal da Paraíba

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