VIDA URBANA
Hospital de Campina Grande diminui atendimentos pelo SUS
Direção do Antônio Targino diz que recursos do SUS são insuficientes para a demanda.
Publicado em 17/11/2015 às 9:29
Os pacientes vítimas de traumatismo que precisam recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS) para fazer cirurgias estão enfrentando dificuldades em Campina Grande. Isso porque o Hospital Antônio Targino (HAT) diminuiu em 66,6% esse tipo de atendimento há cerca de um mês, alegando que o repasse feito à unidade é insuficiente para custear os serviços do SUS, de acordo com a direção do hospital. Essa redução tem provocado uma superlotação no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, que realizou 60 cirurgias acima da sua média mensal durante esse período, segundo o diretor da unidade, Geraldo Medeiros.
A média mensal de atendimentos realizados pelo SUS no Hospital Antônio Targino reduziu de 450 para 150 nesse período porque, de acordo com o diretor da unidade, José Targino, atualmente são repassados cerca de R$ 600 mil ao hospital e esse valor é insuficiente para cobrir as despesas com esse tipo de serviço. “Nós tivemos que diminuir os atendimentos pelo SUS porque com os valores que recebemos hoje não tínhamos condições de continuar oferecendo assistência para todos os casos, e se continuar dessa maneira poderemos até ter que suspendê-los”, enfatizou.
Segundo o diretor do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, Geraldo Medeiros, essa situação é muito complicada, pois os pacientes que precisam desses serviços acabam sendo encaminhados para o Hospital de Trauma, provocando um retardo na realização de cirurgias na unidade. “Para se ter uma noção, na última quinta-feira foram operados 20 pacientes de neurologia e traumatologia, quando deram entrada 30 pessoas precisando de cirurgias. No final do mês essas contas não batem, causando a superlotação. Chegamos até à realizar um mutirão de cirurgias para darmos conta dos casos, mas isso ainda não é o suficiente”, comentou. De acordo com o diretor, mensalmente o hospital realiza uma média de 850 procedimentos cirúrgicos.
Esse problema já está sendo discutido pelo Ministério Público, que deu até o mês de dezembro para que a Secretaria Municipal de Saúde tomasse alguma providência.
A secretária de Saúde, Luzia Pinto, informou que não é de responsabilidade do município disponibilizar o aumento dos valores pagos pelo SUS. No entanto, ela disse que se analisa a possibilidade de passar a oferecer os serviços de emergência nas áreas de ortopedia e traumatologia no Hospital Pedro I, mas que para isso é necessário que o Hospital Antônio Targino envie uma documentação oficial comunicando o descredenciamento. “Só quando recebermos uma documentação oficial é que poderemos tomar alguma providência”, declarou. (Especial para o JP)
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