VIDA URBANA
Hospital filantrópico será fechado por falta de recursos, afirma diretor
Hospital filantrópico São Vicente de Paulo, de Itabaiana, deve fechar as portas, nesta sexta-feira (18), segundo o diretor-presidente da unidade, Heráclito Fonseca de Morais.
Publicado em 17/03/2011 às 8:29
Luzia Santos
Do Jornal da Paraíba
O hospital filantrópico São Vicente de Paulo, de Itabaiana, distante 123 quilômetros da capital, deve fechar as portas, nesta sexta-feira (18). Segundo o diretor-presidente da unidade, Heráclito Fonseca de Morais, as dificuldades financeiras são determinantes para o encerramento das atividades.
As dívidas junto a fornecedores e funcionários já chegam a R$ 160 mil. O diretor alega que desde dezembro do ano passado a Secretaria Estadual de Saúde e a prefeitura de Itabaiana cortaram o repasse de recursos, causando o acúmulo de dívidas.
A reportagem do Jornal da Paraíba tentou entrar em contato com as secretarias de Saúde estadual e de Itabaiana para explicar o motivo da suspensão dos recursos financeiros, mas não obteve sucesso.
Segundo o diretor do São Vicente de Paulo, o hospital tem 110 leitos e presta serviço aos municípios da região do Agreste paraibano, ondem moram cerca de 150 mil pessoas, há mais de sete décadas.Para se ter uma ideia, a média de atendimento diário apenas no setor de ambulatório é entre 80 a 90 pessoas. “Todas essas pessoas vão ficar sem assistência médica. Elas podem até procurar o Hospital Regional de Itabaiana, que também passa por dificuldades e muitas vezes faltam medicamentos”, afirmou Heráclito Fonseca.
“Nenhum dos dois hospitais contam com UTI, mas no São Vicente temos dois blocos cirúrgicos que chegam a fazer até 15 cirurgias por dia, entre as quais, cirurgias de partos cesarianos. Infelizmente, todos serão desativados”, ressaltou o diretor.
Com o fechamento do hospital, 63 funcionários serão demitidos. Os dez médicos que trabalhavam no local também serão desligados. O último setor a parar de funcionar será o de ambulatório. “Iremos demitir todo mundo e teremos que vender o patrimônio para poder pagar o funcionário”, revelou Fonseca.
Após 75 anos de fundação, os problemas financeiros teriam se agravado no final do ano passado, com o corte dos convênios com a prefeitura e governo do Estado. “A prefeitura tem gestão plena da saúde e repassava por mês R$ 68 mil para o hospital. Outros R$ 110 mil eram repassados pelo governo do Estado, através do Fundo de Combate à Pobreza. No final do ano, os dois convênios foram suspensos o que inviabilizou a manutenção do hospital”, declarou.
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