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VIDA URBANA

Houve um tempo em João Pessoa que frequentar clube era coisa de rico

De todos, apenas o Cabo Branco resistiu e tenta manter as portas abertas.O Astréa, Jangada, Maravalha se encontram todos fechados.

Publicado em 04/08/2015 às 7:30

Aos domingos, as famílias ricas colocavam a melhor roupa e iam para os clubes. Lá conversavam, tomavam chá, posavam para fotografias. Era mais ou menos assim que acontecia no século passado, sobretudo entre as décadas de 30 e 40, quando João Pessoa tinha os clubes como locais de entretenimento para políticos, empresários e juristas. Frequentar um clube era mais que uma diversão, era um atestado de nobreza. A cidade chegou a contar com dez clubes, mas nem todos disputavam entre si. Havia, segundo o historiador Wills Leal, os clubes dos ricos e o das camadas mais simples. De todos, o destaque sempre foi para o Cabo Branco e Astréa.

No livro ‘Uma cidade de quatro séculos’, o historiador José Octávio de Arruda Mello, conta que o Astréa funcionou inicialmente em um casarão de azulejo na rua Duque de Caxias, no Centro. Anos mais tarde passou a funcionar no palacete em Tambiá. Hoje o prédio encontra-se abandonado. A rivalidade que havia entre o Astréa e o Cabo Branco era cordial, segundo o historiador. Até porque os sócios de um também eram do outro.

No Astréa, o salão pegava ‘fogo’ nas madrugadas; no Cabo Branco, o início das festas sempre era mais animado. Era comum, segundo o historiador, os sócios ‘emendarem’ as festas, saindo do Cabo Branco direto para o Astréa, onde dançavam até às 6h. “No final havia um empate e todos saíam satisfeitos”, afirma José Octávio.

Os dois clubes se tornaram gigantes para a cidade. Em seus salões aconteciam os grandes eventos, como as luxuosas festas de debutantes. Entretanto, com a mudança de comportamento da sociedade, proveniente da expansão da cidade para a orla marítima, os clubes entraram em decadência. Até o final dos anos 1970, os sócios do Cabo Branco e do Astréa viveram carnavais inesquecíveis, mas que se perderam ao longo das décadas.

De acordo com Wills Leal, com a construção residencial nas ruas paralelas à avenida Epitácio Pessoa e a chegada à orla, os pessoenses foram seduzidos por outras formas de lazer, e passaram a frequentar restaurantes e boates, deixando os clubes de lado. De todos, apenas o Cabo Branco resistiu e tenta se reinventar para manter as portas abertas. O clube passou por momentos de crise, mas conseguiu pagar as dívidas de mais de R$ 7 milhões e agora tenta se reerguer. Os demais – Astréa, Jangada, Maravalha – se encontram todos fechados.

O clube Astréa que teve carnavais memoráveis nos anos 1970, hoje amarga abandono e falta de cuidados (Foto: Francisco França)

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Jornal da Paraíba

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