HU atende só 30% dos usuários durante greve

Nathielle Ferreira

O ambulatório do Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, vai reduzir ainda mais a quantidade de atendimentos. A partir da próxima segunda, o setor vai funcionar com apenas 30% dos servidores técnicos e administrativos. A decisão foi tomada ontem durante reunião com representantes da categoria. Das 3.500 pessoas que procuram a unidade todo dia, 2.450 não serão atendidas.

Desde o começo deste mês, a equipe técnica e administrativa do HU já vem em processo de greve e paralisou a metade dos atendimentos no ambulatório. A categoria não fechou totalmente o setor, porque precisava cumprir uma ordem judicial em que determinava que 50% dos grevistas permanecessem em trabalho.

No entanto, o setor jurídico da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Universidades Públicas Federais (Fasubra) percebeu que a Universidade Federal da Paraíba não foi citada na ação judicial, movida contra instituições federais do país todo. Por esse motivo, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) não é obrigada a cumprir a decisão e pode reduzir o número de servidores em atividade para 30%.

De acordo com João Batista, superintendente do HU, ainda hoje uma comissão do comando de greve vai analisar a situação dos pacientes com consultas agendadas e também quais os atendimentos laboratoriais serão mantidos. Por enquanto, os pacientes com consultas marcadas até a próxima sexta-feira serão atendidos normalmente. Mas, há uma previsão de que as consultas agendadas a partir do dia 5 de setembro sejam canceladas.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba (Sintespb), quase 1.200 funcionários devem deixar de trabalhar na próxima semana. Com a redução, o superintendente do HU, João Batista Silva, disse que só poderá manter os serviços essenciais no ambulatório. Por isso, laboratórios de análises e os de imagem irão funcionar somente para atender pacientes internos.

Já para o público externo, serão mantidos apenas serviços de pré-natal, psiquiatria, endocrinologia e farmácia. Os atendimentos em dermatologia e pneumologia também devem permanecer em atividade, mas isso ainda não foi confirmado.

O presidente o Sintespb, Rômulo Xavier, explicou que a mobilização vai atingir apenas o ambulatório. As demais instalações do hospital irão funcionar normalmente. Por conta disso, as internações não serão atingidas.

Ontem, pela manhã, os grevistas fizeram um ato público em frente ao HU. Eles reivindicam reposição salarial de 14,24%, realização de concurso público, fim do movimento de privatização dos hospitais universitários e revisão do plano de cargos e carreira da categoria.

Os servidores ainda exigem salários iguais aos pagos pelo Poder Executivo. O presidente da Fasubra, Marcelino Rodrigues, disse que a intenção do movimento é interromper a marcação de novas consultas no ambulatório. Mas não soube informar se os pacientes que já estão com consultas marcadas poderão ser atendidos.