VIDA URBANA
HU retoma bariátricas
Cirurgias para redução de estômago voltam a ser realizadas a partir desta quinta-feira (1) no Hospital Universitário Lauro Wanderley.
Publicado em 01/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:40
Após 2 meses sem realizar cirurgias bariátricas, que reduzem o tamanho do estômago, o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), em João Pessoa, deve normalizar o serviço a partir de hoje. A suspensão do procedimento ocorreu por falta de recursos para a aquisição de materiais específicos para a cirurgia, como um conjunto de grampeadores. Além disso, última quinta-feira, o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) interditou o bloco cirúrgico do HULW por falta de anestesistas na sala de recuperação pós-cirúrgica.
Em virtude disso, as cirurgias que deixaram de ser realizadas devem ser remarcadas, segundo o diretor do Hospital Universitário, João Batista. “O nosso próprio setor da Divisão de Cirurgia tem os telefones de todos esses pacientes. O normal é que este setor entre em contato com os pacientes para que eles possam comparecer em nova data para fazer a internação ou diretamente a cirurgia, mas o usuário também pode ligar para o setor, através do número 3216.7044, e fazer a remarcação”, observou.
A quantidade de pessoas que aguardam na lista de espera pelo procedimento não foi repassada pelo hospital, mas neste ano, apenas duas pessoas passaram pela cirurgia de redução de estômago na unidade, de acordo com os dados da Divisão de Cirurgia, e como explicou a direção do hospital, o motivo é a falta de investimentos. “A nossa programação era de duas cirurgias bariátricas por semana, mas infelizmente não foi possível, pois além de precisarmos de um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) reservado, o que nem sempre é possível, o recurso que o HU recebe não é suficiente para todos os procedimentos. Nós recebemos mensalmente o investimento de R$ 1,3 milhões, quando nossa necessidade é de R$ 4 milhões”, declarou João Batista.
Para complicar ainda mais a situação do Hospital Universitário de João Pessoa, o governo federal atrasou o repasse dos recursos e por isso alguns serviços são suspensos, entre eles a cirurgia bariátrica, que não é realizada há dois meses. “Quando há um atraso no repasse, nós somos obrigados a diminuir alguns serviços, o que já vem ocorrendo há dois meses. Mas a situação deve ser regularizada amanhã (hoje), considerando que o governo federal liberou o orçamento, no valor de R$ 2,2 milhões, e então, poderemos comprar o material que está em falta, como o conjunto de grampeadores. Para se ter uma noção, por cirurgia, gastamos em média de R$ 3 mil a R$ 4 mil somente com este item”, afirmou.
Mas como o procedimento também estava proibido por conta da interdição ética dos profissionais anestesistas, por parte do CRM-PB, o retorno do serviço também dependerá de uma nova vistoria do conselho. “Provavelmente, voltaremos a realizar as cirurgias amanhã (hoje), mas para isso, o CRM deverá verificar nossas instalações e dar o parecer, liberando a atividade”, disse.
Conforme o chefe de Fiscalização do CRM-PB Eurípedes Mendonça, para que uma nova fiscalização seja feita, se faz necessário o encaminhamento de ofício ao conselho, comunicando as medidas adotadas para sanar as irregularidades, no entanto, até o fechamento desta edição, o documento não havia chegado. “As cirurgias bariátricas são de alto risco e não podemos permitir que elas sejam realizadas sem a presença de um anestesista no pós-operatório. Nós temos todo o interesse de desinterditar o HU o mais rápido possível, até mesmo pela importância que ele representa para todo o Estado. Assim que formos comunicados oficialmente, iremos em loco verificar a situação e possivelmente desinterditar a unidade”, considerou.
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