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VIDA URBANA

HUAC pode demitir servidores

Com o fim de 153 contratos temporários e aposentadoria de alguns servidores, direção do HUAC prevê colapso da instituição sem adesão  a Ebserh.

Publicado em 21/07/2012 às 6:00


A criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que será responsável pela administração dos hospitais universitários brasileiros a partir de 2013, deve provocar um colapso no quadro de funcionários do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande, após 31 de janeiro do próximo ano.

Sem a adesão à empresa, o reitor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Thompson Mariz, prevê um colapso no HU com o fim de 153 contratos temporários e a aposentadoria de alguns servidores. “Tínhamos há dois anos 208 contratados, mas hoje esse número é de 153 que podem ser demitidos”, explicou o reitor Thompson.

O reitor ainda acrescentou que mesmo o Conselho Deliberativo do Hospital Universitário Alcides Carneiro aceitando a decisão do hospital ser gerido pela Ebserh, os servidores não estarão garantidos no emprego, já que ela poderá renovar seus contratos por mais um ano, pelo menos, e marcar a realização de concurso público, o que provocaria a saída de todos os temporários. “Esses contratos podem ser renovados por mais um tempo no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sem ocasionar perdas aos servidores. Agora existe a possibilidade de ser realizado um concurso público, o que provocaria uma mudança no quadro”, destacou Mariz.

Ele disse que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares não é o melhor caminho e nem a melhor alternativa para equacionar os muitos problemas dos HUs das instituições federais. “Se não é uma das maravilhas do mundo, certamente, ela não é o final dele”, disse, ressaltando que nunca foi defensor do modelo gerencial apresentado pelo governo federal. “A solução seria a criação de uma autarquia ou a simples reposição das vagas pelo Ministério da Educação”, completou.

O cenário de indecisão pelo qual passam os servidores tem sido motivo de reuniões do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (Sintep), que ao lado do Conselho Universitário tem se colocado contra a gerência da Edserh no Hospital Universitário Alcides Carneiro. O presidente do Sintep, Maelson de Lucena, e o membro titular do Conselho, Antônio Bernardo Dias, se posicionaram contra essa gestão e classificaram tal medida como um ato de privatização do governo sobre um serviço público.

“Nós não sabemos o propósito dessa empresa, se ela vai renovar os contratos dos servidores com base na CLT, ou se vai demitir, que é o primeiro passo de uma empresa privada que só irá visar o lucro. Se essa nova administração não tiver condições de absorver esses trabalhadores, a Universidade Federal de Campina Grande terá dificuldades para relocá-los, o que ocasionará em demissão em massa”, projetou Bernardo Dias.

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Jornal da Paraíba

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