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VIDA URBANA

ICV: 54% das pacientes são de outras cidades

Da média mensal de 660 partos ocorridos na unidade, 54% não são de parturientes da capital, ocasionando superlotação da unidade.

Publicado em 04/09/2014 às 6:00 | Atualizado em 19/03/2024 às 11:22

O Instituto Cândida Vargas (ICV), maternidade municipal de João Pessoa e referência em atendimento na Paraíba, realiza mais partos de pacientes oriundas de outros municípios e até de Estados vizinhos do que de grávidas da capital. Da média mensal de 660 partos ocorridos na unidade, 54% não são de parturientes da cidade. Estas são responsáveis por apenas 46% dos procedimentos, segundo a direção do local. Como consequência, a superlotação é inevitável e já é do conhecimento do Conselho Regional de Medicina na Paraíba (CRM-PB), que defende uma rede estadual de maternidades.

Contando com 192 leitos, a instituição tem a finalidade de atender a todas as gestantes de baixo e alto risco do município de João Pessoa e é referência para os demais municípios do Estado da Paraíba para gestante de alto risco, mas o número de gestantes de outras localidades ultrapassa a metade do total de partos realizados na unidade.

Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o Cândida Vargas tem um número médio de 2.766 atendimentos de urgência, dos quais 61% são de João Pessoa e 39% de outros municípios, e uma média de 998 internamentos, onde 49% são de João Pessoa e 51% de outros municípios. Já em relação aos partos, 54% são de pacientes de outras localidades e apenas 46% da capital.

A dona de casa Maria Venâncio, 48 anos, faz parte do grupo de mulheres que não são de João Pessoa, mas que dependem da prestação de serviços do Cândida Vargas para poder dar à luz. Moradora do município de Belém, a aproximadamente 123 quilômetros (km) da capital, Maria Venâncio está com cinco meses de gestação e faz o trajeto entre as duas cidades com frequência, e teme o pior. “É meu primeiro filho e o médico disse que é gravidez de risco por conta da idade e por eu ser hipertensa. Vim, mas não fui atendida porque faltou o papel do encaminhamento da Secretaria de Belém e vou ter de voltar na próxima semana. Eu não posso ficar nesse vai e vem, tenho medo de acontecer alguma coisa que prejudique o bebê”, declarou. “Vejo muitas grávidas de fora para ser atendida, assim como eu, principalmente no início da manhã, que aqui fica cheio de ambulâncias de vários municípios”, completou Maria Venâncio.

A difícil situação enfrentada pelo Instituto Cândida Vargas é reconhecida pelo diretor da unidade, Juarez Alves Augusto, que embora ressalte o esforço da maternidade para atender à demanda, afirma que “a superlotação do Cândida Vargas é histórica”, cujo principal motivo é a carência de maternidades nos municípios paraibanos. “Por conta disso, o grande número de parturientes deságua na capital e como nós trabalhamos com o perfil ‘vaga sempre’, não podemos nos recusar de receber nenhuma gestante”, afirmou.

Juarez Alves explicou que as usuárias da unidade são encaminhadas de outros serviços de saúde de João Pessoa e de outros municípios, além da própria demanda espontânea, onde as gestantes relatam que por não ter assistência para encaminhamento buscam a Cândida Vargas, acarretando a superlotação da maternidade. “Para resolução da situação, contamos com outros serviços na Região Metropolitana, para o acolhimento da demanda não absorvida pela instituição”, disse.

Falta rede de maternidades
A ausência de uma rede de maternidades por todo o Estado foi apontada pelo presidente do Conselho Regional de Medicina na Paraíba (CRM-PB), João Medeiros, como principal causa da superlotação. Além disso, ele frisou que a transferência de um município a outro é perigosa para as pacientes, pois pode acarretar em complicações. “O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) do Ministério da Saúde, instituiu todos os pré-requisitos para que uma unidade de saúde possa ser considerada maternidade, tendo condições mínimas para realizar uma cesariana, como uma equipe de obstetra, anestesista e pediatra, já que um parto normal pode evoluir para uma cirurgia”, observou.

SES estrutura rede materno infantil
A coordenadora de Saúde da Mulher da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Fátima Moraes, reconheceu a superlotação da Cândida Vargas e sugeriu que a gestão municipal oriente as gestantes a darem à luz nos locais onde residem. Como solução para desafogar os atendimentos na maternidade, ela disse que o Estado está estruturando a rede materno infantil, através do programa 'Rede Cegonha', onde foram elaborados planos municipais e planos regionais para melhorar essa assistência no Estado. “Inclusive a Maternidade Cândida Vargas faz parte desse projeto. E através da Rede Cegonha foram disponibilizados recursos federais para reforma, ampliação e aquisição de equipamentos, a fim de organizamos essa assistência”, garantiu.

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Jornal da Paraíba

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