VIDA URBANA
Idosa encontrada morta não queria sair de casa e abandonar animais
Na local, foram encontrados roedores em gavetas e produtos sem higiene em geladeira.
Publicado em 01/06/2017 às 21:17
A idosa de 66 anos encontrada morta em uma casa que abrigava mais de 30 animais na rua Dom Eurico, no Centro de João Pessoa, teria sido chamada diversas vezes pela família para sair do local e abandonar os animais. As informações foram dadas pela Polícia Civil na tarde desta quinta-feira (1º). Ela chegou a pedir aos familiares para cancelarem seu plano de saúde, já que não queria sair do local e deixar os animais sozinhos. Eles teriam afirmado, ainda, que ela não sofria de nenhum distúrbio mental.
No local, existiam duas casas: uma na frente, que era limpa e cuidada, e outra nos fundos, onde a idosa encontrada morta morava e que estava em péssimas condições. Segundo um sobrinho da mulher, em contato com a polícia, na casa da frente morava outra idosa com mais de 80 anos, que seria prima da vítima. Na casa da frente, junto com a senhora moravam duas cuidadoras, uma que trabalhava de dia e outra a noite.
Na casa dos fundos, onde a idosa de 66 anos morava foram encontrados roedores em gavetas, produtos sujos dentro de uma geladeira, diversas gaiolas com animais presos, além de um completo estado de abandono e falta de higiene.
A polícia informou que a idosa dormia sentada em uma cadeira na casa dos fundos junto com todos os animais. Há a possibilidade de a polícia repassar o caso para a Delegacia do Idoso, que poderia investigar maus tratos e negligência por parte da família.
O corpo de uma idosa de 66 anos foi encontrado na tarde da quarta-feira (31) em uma casa na rua Dom Eurico, no Centro de João Pessoa, onde ela abrigava mais de 30 animais, entre cães e gatos. De acordo com informações divulgadas pela Polícia Civil nesta quinta-feira (1º), o cádaver apresentava sinais de mordidas de cães e estava sem vida há cerca de dois dias. Já segundo a Polícia Ambiental, moradores relataram que, ao chegarem na casa, se depararam com os animais se alimentando do cádaver. A Polícia Civil ressaltou que a morte está sendo considerada natural, já que não foram encontrados sinais de homicídio.
Conforme a polícia, o corpo já demonstrava sinais de putrefação, apresentando a presença de larvas. Os animais, em sua maioria cães de pequeno porte, estavam presos em gaiolas, grades, correntes e fios. O ambiente era completamente insalubre. "Cena de filme de terror", classificou um dos policiais.
O corpo da idosa foi encontrado após vizinhos sentirem um forte cheio e ligarem para a polícia. "Quando [os vizinhos] arrombaram a porta, viram que alguns animais já estavam se alimentando dela", relatou o tenente Figueiredo, da Polícia Ambiental.
Em 2014, o Centro de Zoonoses já esteve na casa da idosa para retirar 103 gatos que estavam no local, nas mesmas condições de insalubridade e maus tratos.
Segundo o diretor do Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses, Nilton Guedes, os animais foram resgatados em situação crítica, muito sujos e precisando de cuidados veterinários. A Polícia Ambiental e ONGs de proteção também participaram da operação de resgate dos animais.
Ainda conforme Guedes, o ambiente da casa continha bastante lixo, presença de insetos e roedores. Desde a manhã desta quinta-feira (1º), os animais estão passando por processo de limpeza e uma triagem médica - coleta de sangue, acompanhamento veterinário e exames no Centro de Zoonoses.
Conforme um funcionário do Centro de Zoonoses, o lugar faz a quarentena de animais e não tem estrutura para cuidar eles, mas por um pedido da Polícia Ambiental os cães e gatos estão abrigados no local. De acordo com o diretor do centro, os animais vão ser tratados para que estejam em boas condições de adoção.
Alguns animais silvestres, como jabutis e aves silvestres, também foram encontrados na casa. Segundo o tenente Figueiredo, é possível que pessoas tenham entrado na residência e levado algumas das aves silvestres.
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