Idosos reclamam de valor do benefício

No aniversário de 89 anos da Previdência Social, os aposentados de Campina Grande dizem que é difícil comemorar a data em que também se comemora o Dia Nacional do Aposentado. É que o valor do benefício da aposentadoria tem se tornado cada vez menor.

Quem se aposentou ganhando mais de um salário mínimo conta que a defasagem salarial acumulada ao longo dos anos tem diminuído o poder de consumo dessa classe, que geralmente acaba gastando mais nessa época da vida, principalmente com a saúde.

A reclamação dos aposentados é puramente matemática. Enquanto o salário mínimo nacional subiu 14,13%, o reajuste para os aposentados que ganham acima do piso foi de apenas 6,08%, que foi a inflação acumulada no período. Já a correção do salário mínimo combina dois fatores: a inflação medida pelo INPC do ano e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

“Se for sair para comemorar o dia do aposentado, o dinheiro não dá nem pra pagar uma conta de bar para os amigos”, brinca o aposentado Romildo Farias, 79 anos. José Peixoto, 74 anos, também reclama do salário de aposentado. Ele era açougueiro e não se sente recompensado plenamente pelos mais de 35 anos que trabalhou. “O valor que recebo hoje é bem diferente de quando negociava na feira. Ser aposentado é bom porque pode descansar, contudo é ruim não ter o que fazer”, opina.

O presidente da Associação dos Aposentados da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Marco Aurélio, disse que os aposentados do serviço federal não possuem tantas percas como as registradas porque se aposentam pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS), mesmo assim defende que políticas de valorização salarial sejam feitas de forma isonômica.

Ele diz que a aposentadoria não pode ser uma época de acomodação. “O aposentado precisa ter uma vida ativa. Eu por exemplo mantenho uma alimentação saudável, pratico esportes regularmente e creio que isso deve ser regra para todos os idosos”, recomenda. Ele acredita que Campina Grande é uma cidade boa para o aposentado viver, entretanto, ela ainda é carente de espaços específicos para os idosos.