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VIDA URBANA

Igrejas mostram o passado e o presente da capital paraibana

Construções resistem à passagem dos séculos e impressionam.

Publicado em 05/08/2017 às 6:00

João Pessoa completa 432 anos neste 5 de agosto – e grande parte da história da cidade está marcada não apenas nos papéis dos livros e registros, mas também nas lajes e pedras calcárias de construções que resistem à passagem dos séculos, concedendo beleza e personalidade à capital paraibana.

Desses edifícios, se destacam as igrejas que povoam o Centro Histórico pessoense. A mais antiga delas, a Igreja de Nossa Senhora de Misericórdia, data da última década do século XVI. E a importância dessas igrejas para João Pessoa se confunde com o próprio nascimento e construção da identidade da cidade.

“As igrejas desempenharam um papel essencial na história de João Pessoa desde a época da colonização”, explica o pesquisador Ivan Cavalcanti, professor de História da Arquitetura do Departamento de Arquitetura da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). “Muitas delas eram igrejas conventuais, que abrigavam diversas ordens religiosas responsáveis pela catequização dos povos indígenas”, diz.

Religiosos e povos indígenas

Na Paraíba, se estabeleceram no período colonial as ordens religiosas beneditina, carmelita, franciscana e a jesuíta. Foram os jesuítas que construíram, na capital, o prédio que hoje abriga o Palácio da Redenção e a Faculdade de Direito da UFPB.

Dentre outros fatores, foi o trabalho desses religiosos que possibilitou o nascimento da Filipeia de Nossa Senhora das Neves. “A demora da ocupação, que se deu em 1585, deveu-se em grande parte à resistência indígena”, escreve Lígia da Silva, professora do Departamento de Geociências da UFPB.

Segundo Cavalcanti, as ordens religiosas contribuíram para aplacar as tensões entre nativos e colonizadores. “O trabalho dos catequizadores foi fundamental para a pacificação entre os indígenas e os holandeses, a consolidação da colonização e a consequente ocupação de João Pessoa”, esclarece.

A maior parte dessas igrejas, atualmente, se encontra em estado de conservação aceitável. “Muitas continuam a receber celebrações religiosas”, afirma Cavalcanti. Entretanto, o trabalho de conservação e reparo não é feito com a periodicidade necessária. “A Igreja de Nossa Senhora do Carmo, por exemplo, está sem o forro, que foi retirado há alguns anos para restauração mas nunca foi recolocado”, acrescenta.

Conhecer mais da história por trás de cada uma dessas fachadas é se aprofundar nas raízes da cidade e na própria identidade do povo pessoense.

Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia

É a igreja mais antiga de João Pessoa, construída no final do século XVI. “É o único templo da cidade que ainda mantém as características do período colonial, que foi o primeiro tipo de arquitetura que tivemos no Brasil” esclarece o professor Ivan Cavalcanti. “É uma arquitetura mais simples e mais austera”, diz.

Localizada na rua Duque de Caxias – anteriormente denominada Rua Direita –, a Igreja da Misericórdia foi a igreja matriz da cidade até o ano de 1671. Foi construída em pedra calcária e argamassa por Duarte Gomes da Silveira, influente senhor de engenho da capitania, e abrigou o hospital da Santa Casa de Misericórdia – o primeiro da Paraíba. Posteriormente, no século XVIII, o hospital foi transferido para um prédio próprio. O prédio passou por uma restauração executada pela Oficina-escola de João Pessoa no ano de 2007, e atualmente abriga atos religiosos.

Basílica de Nossa Senhora das Neves

Seria, em tese, o templo mais antigo de João Pessoa – se já não tivesse sido demolido três vezes. A primeira construção teve sua pedra fundamental erigida no dia 4 de novembro de 1585; já o prédio que os pessoenses veem atualmente é o quarto a ser construído no mesmo local sob o nome de Igreja de Nossa Senhora das Neves.

“A fisionomia atual é do inicio do século passado. É uma construção sem estilo definido, com algo do período neoclássico”, diz Cavalcanti. “Segundo pesquisas, ela teria sido construída como resultado de uma promessa: se houvesse uma pacificação nos embates entre portugueses e indígenas, seria levantado um templo em homenagem a Nossa Senhora das Neves”, explica.

Em 1894, com a criação do Bispado da Paraíba, a Matriz de Nossa Senhora das Neves foi elevada à categoria de catedral; e, posteriormente, à de basílica. É situada à praça Dom Ulrico, no início da avenida General Osório.

Igreja de Nossa Senhora do Carmo

Fundada pelos carmelitas entre o final do século XVI e o início do século XVII. O exterior foi todo construído em pedra, e o interior revela o estilo arquitetônico rococó. Abrigou um antigo convento que, hoje, serve como residência episcopal.

A igreja e a capela ficam localizados à praça Dom Adauto. Apesar de estar em bom estado de conservação e de celebrar cerimônias religiosas com frequência, a igreja apresenta problemas que necessitam de reparos e encontra-se atualmente sem o forro.

Igreja e Convento de São Francisco

Começou a ser construída por monges franciscanos no final do século XVI, mas só foi concluída quase duzentos anos depois, em 1788. É considerado por estudiosos o maior monumento em estilo barroco de toda a América Latina.

O local serviu como residência dos monges franciscanos até o ano de 1885, e chegou a ser utilizado como uma escola de marinheiros e um hospital militar. Nos anos 1960, o complexo funcionou como Museu do Estado da Paraíba, a Escola Estadual do Roger e a Escola de Teatro Piollin. Em 1990, passou a ser considerado uma instituição cultural.

É um dos pontos turísticos mais conhecidos de João Pessoa e da Paraíba. “O complexo passou por uma grande restauração em 1979, no governo de Tarcísio Burity, e até os dias de hoje mantém um estado de conservação razoável”, avalia Ivan Cavalcanti. O Centro Cultural São Francisco está localizado em um largo na avenida Pedro I, no Centro de João Pessoa.

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Jornal da Paraíba

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