VIDA URBANA
Imóveis abandonados apresentam risco à população de Campina Grande
Na cidade, 50 prédios quando não têm risco de cair, também não têm inspeção da Vigilância.
Publicado em 25/11/2015 às 8:12
Campina Grande dispõe de pelo menos 50 prédios públicos ou privados total ou parcialmente abandonados segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil. A maioria deles está situada no Centro, principalmente na Feira Central e quando não oferecem risco de desabamento não têm recebido inspeções da Vigilância Ambiental em busca de focos do mosquito transmissor da dengue, Chikungunhya e zika.
Um levantamento realizado pela Defesa Civil aponta que a realização de inspeções nos prédios abandonados têm sido uma das tarefas mais difíceis de serem cumpridas pelos órgãos, sobretudo porque seus proprietários hoje são desconhecidos ou não residem na cidade. “Quando encontramos uma situação deste tipo, enviamos o problema à Promotoria dos Direitos do Cidadão e solicitamos providências e o Ministério Público geralmente solicita a ajuda de um perito ou do Conselho Regional de Engenharia, que sugerem que tipo de intervenção devemos realizar”, explicou o coordenador de Defesa Civil, Ruiter Sansão.
Várias intervenções da Defesa Civil com respaldo do Ministério Público já resultaram na demolição de muitas marquises que ofereciam riscos à população em prédios da Feira Central e no Centro. Um exemplo ocorreu na Feirinha de Frutas, onde marquises de seis imóveis foram removidas.
Um exemplo do abandono total ou parcial de prédios acontece na rua Marcílio Dias, 54, na Feira Central. No local funcionou um bordel e hoje abriga no térreo um depósito de mercadorias. O primeiro andar está parcialmente destruído e não dispõe mais de teto, sendo considerado um risco para os feirantes que ocupam há mais de 30 anos suas calçadas.
A feirante Maria do Carmo Rodrigues, 74 anos, garante que não teme desabamentos e o feirante Francisco Vieira, 45 anos, garante que o responsável pelo prédio sempre realiza reparos. Com o declínio do comércio da Feira Central, vários prédios da área estão fechados e abandonados.
Dois imóveis, também no Centro, podem ser considerados símbolos do abandono. O prédio do antigo Cine Capitólio, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep) aguarda uma revitalização desde a década passada e um prédio pertencente a particulares, na avenida João Suassuna, é objeto de disputa judicial por herdeiros desde a década de 80.
A existência de prédios abandonados e fechados dificulta o trabalho da Gerência Municipal de Vigilância Ambiental em busca de focos do mosquito (Aedes aegypti) transmissor de dengue, Chikungunhya e zika. O último levantamento do órgão indica que 957 terrenos e imóveis na zona urbana estão nessa situação e uma listagem já foi encaminhada pela prefeitura ao Ministério Público pedindo providências.
O representante do Movimento de luta dos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Milton Sérgio, explica que mesmo Campina Grande registrando uma grande quantidade de famílias sem casa própria, a estratégia do movimento não é de ocupação de imóveis abandonados, mas de áreas públicas para permitir a cobrança do poder público na construção de casas adequadas para receber as famílias. “Só na última inscrição para casas populares se inscreveram 15 mil famílias”, ressalta Milton Sérgio.
Comentários