VIDA URBANA
Imóveis abandonados em JP aumentam a sensação de insegurança da população
Locais viram abrigos para usuários de drogas, prática de assaltos e até de sexo.
Publicado em 11/03/2016 às 7:33
Os imóveis abandonados, em João Pessoa, estão se tornando problema de segurança pública, pois, segundo populares, os locais servem como ponto de encontro para usuários de drogas, prática de sexo em plena luz do dia e assaltos. Quem passa pelo local teme a integridade física e relata que falta policiamento.
Um desses imóveis visitados pela reportagem do JORNAL DA PARAÍBA está localizado entre as ruas Rui Barbosa e Nossa Senhora de Fátima, no bairro da Torre. Ali, funcionavam boxes comerciais ao lado de uma casa, onde a proprietária residia, mas o local foi desocupado, abandonado e agora gera insegurança para os pedestres e vizinhos.
A empresária Edna Linhares, 55 anos, tem um estabelecimento comercial ao lado do referido imóvel e já teve a loja arrombada pelos fundos por conta do abandono da casa. “O assaltante pulou o muro de trás da casa, para ter acesso aos fundos da loja. Tivemos um grande prejuízo de mercadorias, mas o pior foi ele ter colocado veneno nos dois cachorros de estimação do meu filho para roubar nosso estabelecimento. Cerca de seis meses depois, sofremos uma segunda tentativa de assalto, mas conseguimos flagrar e o assaltante foi preso”, relatou.
O filho da empresária, Henrique Linhares, 29 anos, ressaltou o perigo que todos enfrentam diariamente, já que pessoas usam os antigos boxes comerciais para praticar sexo, em plena luz do dia, além de usuários de droga consumirem crack e cometerem assaltos a pedestres. “Quando o imóvel foi abandonado no final de 2014, as pessoas saquearam portas, vasos sanitários, quadros de energia e o que mais encontraram. Hoje, tudo vive muito sujo e serve de ponto para práticas ilícitas. Quem passa aqui, passa com medo”, contou.
Segundo Edna, a dona da casa já foi procurada por ela e outros moradores da área para que alguma medida fosse adotada, mas não tomou nenhuma providência.
Uma senhora que preferiu não se identificar, disse que diariamente passa pelo local durante a caminhada no final da tarde e que por vezes já viu usuários de droga. “De tanto eu passar aqui com medo, uma vez um deles me disse para não me preocupar porque não me roubariam. Mas quem vai confiar em uma pessoa drogada? Todos que moram ou trabalham por aqui temem a própria vida, mas a dona do imóvel não resolve o problema, nem a polícia faz rondas para nos dar mais segurança”, denunciou.
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou entrar em contato com a proprietária do imóvel, mas não conseguiu pois no local não há placas de vende ou aluga, por exemplo. Os moradores e comerciantes da região também não tinham número de telefone dela.
O QUE DIZ A POLÍCIA MILITAR
De acordo com a Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing da Polícia Militar, o controle sobre imóveis abandonados não é de responsabilidade da instituição. Entretanto, a PM realiza abordagens nesses locais, dentro da responsabilidade territorial de cada unidade, além de efetuar as rondas e o patrulhamento inerentes a cada quadrante de Polícia Preventiva, nos quais essas residências estão inseridas.
A assessoria informou ainda que sempre que solicitada através do 190, a polícia realiza averiguações. Há também um trabalho de inteligência realizado em torno de pessoas que utilizam imóveis abandonados para práticas ilícitas. Destaca também que o lacramento destas estruturas é um fator que colaboraria para amenização de problemas advindos desta questão.
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