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VIDA URBANA

Impulso gera mortes banais na Paraíba

Violência poderiua ser evitada se mais pessoas tentassem manter o controle durante um momento de ira

Publicado em 03/11/2013 às 11:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:51

Cinco minutos foi o tempo suficiente para que Adílson Otaviano da Silva, 36, se arrependesse de ter ferido a golpes de faca a ex-companheira, durante uma discussão ocorrida em dezembro de 2011, no bairro do Bessa, em João Pessoa. Adílson passou 1 ano e 7 meses foragido e hoje está preso na Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega (Presídio do Róger), aguardando sentença judicial. Por sorte, a moça sobreviveu, mas poderia ter entrado para as estatísticas de mortes violentas por motivos banais.

“Acabei minha vida. Se eu tivesse deixado a raiva passar, não teria que estar passando por isso”, declarou Adílson, que diz se arrepender a todo instante do ato de violência. A história dele é um exemplo claro de que o descontrole emocional pode transformar cidadãos de bem e pais de família em criminosos.

Antes desse fato, Adílson trabalhava como motorista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ajudando a salvar vidas. Levava uma vida normal. Era conhecido como um homem esforçado e de boa índole. Agora responde por tentativa de homicídio.

A raiva o fez perder a cabeça e os planos que tinha para o futuro. “Eu jamais pensei que um dia seria presidiário. É difícil a convivência aqui”, afirmou. Adílson disse que os golpes de faca foram dados depois que viu a mulher com outro homem, após surgir a desconfiança de traição. “Certo dia saí de casa e fui até a faculdade na qual ela estudava. Não acreditei quando a vi abraçando outro homem, dentro do carro”, declarou.

Quando a mulher desceu do veículo, foi abordada por Adílson, no meio da rua, por volta das 20h do dia 1º de dezembro de 2011.

Na versão dele, os dois começaram a discutir e a ex-companheira tirou uma faca de serra da bolsa. No meio da briga, ele puxou o objeto e desferiu os golpes. Ao vê-la caída ao chão, imóvel, fugiu. “No caminho mesmo me arrependi. Não poderia ter feito o que fiz. É difícil entender, mas a raiva nos deixa cegos”, frisou.

Para que histórias como essa não se multipliquem é preciso manter a calma, contar até dez, ficar sozinho por alguns instantes e deixar a raiva passar. Qualquer pessoa pode se envolver em uma discussão no trânsito, no shopping, no trabalho e até mesmo em casa. Em alguns casos, quando um dos envolvidos age por impulso, a consequência pode ser trágica.

Em maio deste ano, em São Paulo, um empresário matou os vizinhos por causa do barulho da televisão. Tomado pelo ódio, ele pegou o revólver, subiu até o andar de cima e disparou seis vezes contra os vizinhos. A filha das vítimas, de apenas 1 ano, presenciou todo o crime. O empresário se matou em seguida.

Para a polícia, a tragédia poderia ter sido evitada, caso as partes tivessem prezado pelo diálogo.

De acordo com o advogado Sheyner Asfora, o fútil se confunde com o banal e o crime se torna hediondo, por ser uma qualificadora. Por isso, quem comete um homicídio por motivo fútil pode pegar de 12 a 30 anos de prisão. Um exemplo é uma pessoa que mata outra porque essa lhe negou R$1. Diferente do homicídio simples, cuja pena varia de 6 a 20 anos. “O fútil pode ser atribuído a crimes cometidos de forma desproporcional”, explicou o advogado. O fútil se estende a outros crimes, como a tentativa de homicídio, segundo Asfora.

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Jornal da Paraíba

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