VIDA URBANA
Incentivo à violência
Para os profissionais que trabalham com crianças e adolescentes, a lei estadual 10.225/2013 chega em um momento importante.
Publicado em 31/08/2014 às 7:00 | Atualizado em 11/03/2024 às 12:12
Para os profissionais que trabalham com crianças e adolescentes, a lei estadual 10.225/2013 chega em um momento importante na luta contra a violência e até com um pouco de atraso. Segundo Luciana Farias, uma das coordenadoras do Projeto Beira da Linha, no Alto do Mateus, em João Pessoa, a lei deve ser aplaudida pela sociedade. “Sou contra a venda das armas de brinquedo porque isso vai incentivar os meninos a brincar com a questão da violência”, declarou.
A declaração de Luciana contra a venda de armas de brinquedo tem sentido. Ela atua em uma área vulnerável, onde a disputa pelo tráfico de drogas na localidade tenta seduzir crianças e adolescentes, seja como usuário ou ‘aviãozinho’. Segundo ela, muitas crianças atendidas pelo projeto, já tiveram parentes assassinados. “Diante da realidade que vivencio, seria incoerente dizer que concordo com a venda das armas de brinquedo”, frisou. O projeto atende 86 meninos com idades entre 5 e 13 anos.
Luciana contou que no ano passado uma criança chegou ao núcleo de atuação do projeto exibindo uma arma de brinquedo.
“Tivemos uma conversa séria com ele, dizendo que aquele brinquedo não era legal. Ele nos entendeu e nunca mais quis uma arma de brinquedo. Mas esse foi um caso em tantos que existem”, afirmou a coordenadora. Ela disse ainda que na comunidade já presenciou crianças de oito, nove anos com arma de verdade. “Temos que prezar pela cultura da paz. A lei estadual é um avanço para as famílias”, declarou.
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