VIDA URBANA
Índios fazem sete servidores da Funai reféns para cobrar mudanças
Reféns estão na Baía da Traição. Manifestantes reivindicam melhores condições à comunidade indígena e denunciam falta de atendimento do órgão desde o início do ano.
Publicado em 14/09/2010 às 16:53
Da Redação
Caciques de aldeias indígenas na Paraíba estão elaborando uma pauta de reivindicações que será enviada ao presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira. Na manhã desta terça-feira (14), sete servidores da Funai foram feitos reféns e levados para a Aldeia São Francisco, localizada na Baía da Traição, litoral norte do Estado.
Segundo o capitão potiguara, José Ciríaco, a principal reivindicação é que seja criada imediatamente uma Unidade Gestora da Funai na Paraíba. “Tudo está sendo feito através do Ceará e nós não concordamos com isto, queremos uma Unidade Gestora aqui para a gente poder controlar a aplicação do dinheiro em áreas de agricultura e fiscalização, por exemplo”, destacou.
Os funcionários da Funai, cujos nomes ainda não foram divulgados, estavam no município de Baía da Traição para realizar a primeira etapa do diagnóstico etno-ambiental. Eles iriam se reunir com os caciques para discutir as necessidades das aldeias da região e depois iriam visitar outros municípios. Mas tão logo chegaram, foram levados pelos índios até a aldeia. O clima ficou tenso, mas não houve violência física.
O capitão potiguara nega que os funcionários da Funais estejam sendo feitos reféns, mas as primeiras informações dão conta de que os sete funcionários estão dentro de uma casa na aldeia e só serão liberados depois que o presidente da Funai se posicionar, informando que medidas serão tomadas para sanar os problemas reclamados.
“Há nove meses a gente pedia para ser ouvido mas não conseguia. Trouxemos eles (os funcionários da Funai) para a aldeia para a gente poder abrir a pauta de negociações e poder conversar melhor. Ninguém aqui está feito refém. Nós só queremos conversar”, disse José Ciríaco.
Além da criação da Unidade Gestora, os indígenas reclamam da falta de manutenção nos equipamentos da comunidade e da pequena quantidade de sementes fornecida às aldeias. A pauta de reinvidicações está sendo concluída e deverá ser enviada por e-mail para o presidente da Funai.
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