VIDA URBANA
Inflação de 2017 fica em 2,95% e é a menor desde 1998
Queda no preço dos alimentos faz com que a inflação fique abaixo da meta determinada para 2017.
Publicado em 10/01/2018 às 17:52 | Atualizado em 11/01/2018 às 9:55
A inflação oficial do Brasil encerrou 2017 com alta acumulada de 2,95%. Os dados sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi apresentado nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é 3,34 pontos percentuais inferior ao resultado de 2016, que foi de 6,29%. E, também, é o menor número deste a taxa de 1988 quando ficou em 1,65%.
Segundo o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, a inflação a baixo do esperado é resultado da maior queda no preço dos alimentos em quase 30 anos. Para 2017, o Conselho Monetário Nacional (CMN) tinha fixado a meta de inflação em 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual, o que permitiria ao índice fechar num intervalo entre 3% e 6% sem acarretar o descumprimento da meta.
“Em 2017, a reversão da inflação nos preços dos alimentos no domicílio foi maior do que o previsto, tanto pelo Copom [Comitê de Política Monetária] quanto pelos analistas do mercado”, destaca Goldfajn. Esta foi a primeira vez que a inflação ficou abaixo do piso do sistema de metas desde a criação do sistema, em 1999.
Preço dos alimentos
O preço dos alimentos consumidos em casa apresentaram a maior redução, de 4,85%, com destaque para as frutas (-16,52%), que tiveram o maior impacto negativo (-0,19 ponto percentual).
Segundo o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE, Fernando Gonçalves, a deflação dos alimentos foi consequência da produção agrícola, que teve uma safra cerca de 30% maior que a de 2016. “Essa situação levou o consumidor a pagar mais barato (-1,87%) do que no ano anterior. É a primeira vez que o grupo apresenta deflação desde a implantação do Plano Real”, disse.
Inflação de 2017
Se os alimentos contribuíram para reduzir a inflação de 2017, principalmente em razão da safra recorde, outros três segmentos – Habitação (6,26%), Saúde e Cuidados Pessoais (6,52%) e Transportes (4,1%)) - foram os grupos que mais influenciaram positivamente o índice, com contribuição de 2,45 pontos percentuais para a alta do IPCA/2017, que fechou o ano em 2,95%.
Segundo o IBGE, no grupo Habitação, as principais influências da alta vieram de produtos como o gás de botijão, que subiu 16%, taxa de água e esgoto (10,52%) e energia elétrica (10,35%).
Para o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE, Fernando Gonçalves, essa situação pode ser explicada, em parte, pelo reajuste de 84,31% nas refinarias, “que contribuiu para o aumento no preço do gás de cozinha vendido em botijões de 13kg”.
Já a gasolina, com alta de 10,32%, foi o produto que mais subiu no grupo Transportes. Além do reajuste nos tributos (Programa de Integração Social/ Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - PIS/Cofins), foram concedidos 115 reajustes nos preços, com um aumento acumulado de 25,49% somente entre 3 julho a 28 de dezembro do ano passado.
Segundo o IBGE, “essa variação [que faz parte da nova política de preços da Petrobras] objetiva acompanhar a taxa de câmbio e as cotações internacionais de petróleo e derivados”.
A variação nos preços de Saúde e Cuidados Pessoais foi influenciada pelo aumento nas mensalidades dos planos, que ficaram 13,53% mais caros, e dos remédios (4,44%). “O resultado deve-se ao reajuste concedido pela Agência Nacional de Saúde (ANS), de até 13,55% para os planos de saúde, e pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, de até 4,76%”, informou o IBGE.
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