VIDA URBANA
Inquérito investigará denúncias de deputado
Em pronunciamento, Luiz Couto (PT) denunciou um suposto plano de execução dele e da ex-ouvidora da polícia, Valdênia Paulino.
Publicado em 02/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:47
Em pronunciamento no Congresso Nacional, na última segunda-feira, o deputado federal paraibano Luiz Couto (PT) denunciou um suposto plano de execução dele e da ex-ouvidora da polícia no Estado Valdênia Paulino, no qual estariam envolvidas pessoas ligadas à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). O titular da Seap, Walber Virgulino, informou que solicitou ao Ministério Público e à Polícia Civil a abertura de inquérito policial para apurar as denúncias e, se comprovadas, adotar as medidas cabíveis para punição.
O deputado Luiz Couto revelou na tribuna da Câmara Federal que ao chegar a João Pessoa na última quinta-feira, foi informado que o serviço de inteligência da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (Seds) detectou que dois pistoleiros alagoanos estariam na capital paraibana para executá-lo, juntamente com Valdênia Paulino, por conta da atuação deles no combate ao crime organizado e grupos de extermínio. Na ocasião teria sido orientado a suspender todos os compromissos públicos marcados para o final de semana.
Luiz Couto disse ainda que os criminosos teriam sido contratados por R$ 500 mil, e os valores teriam sido articuladas pelo ex-policial militar Luiz Quintino de Almeida Neto, preso durante a operação Squadre e expulso da Polícia Militar da Paraíba em consequência das denúncias feitas pela ouvidora Valdênia e por ele.
Além disso, o parlamentar frisou que recebeu uma denúncia de que R$ 300 mil teriam sido transportados numa caminhonete do Grupo Penitenciário de Operações Especiais da Paraíba (Gpoe), pertencente à Seap e diretamente subordinado ao secretário da pasta, responsável por determinar as saídas e o deslocamentos do grupo.
O deputado ainda relatou em pronunciamento que tomou conhecimento de que o titular da Seap, Walber Virgulino, teria prometido soltar um dos envolvidos em grupos de extermínio e destratado o secretário de Segurança do Estado.
O secretário Walber Virgulino afirmou que as denúncias do deputado federal são graves e devem ser apuradas. “Já encaminhei a solicitação ao Ministério Público e à Polícia Civil para instaurar um inquérito policial acerca dessas denúncias, afim de punir os culpados, pois estamos aqui para aplicar as penalidades”, afirmou.
Sobre a denúncia de que teria difamado o secretário de Segurança, Cláudio Lima, Walber Virgulino negou o fato e frisou que durante o evento estava na companhia do secretário da Seds e do governador. Já sobre a informação de que ele havia prometido soltar o sargento Arnóbio, que responde a processos por envolvimento com grupos de extermínio na Paraíba, Virgulino foi enfático: “eu nem sou juiz, nem advogado para soltar ninguém”.
Em nota oficial, a Secretaria de Estado da Comunicação Institucional informou que “a Secretaria de Estado da Segurança não detectou ou recebeu nenhuma denúncia de ameaça às vidas do deputado nem da ex-ouvidora Valdênia Paulino, portanto, não partiu da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social qualquer informação ao parlamentar ou à Polícia Federal sobre supostas ameaças destinadas aos mesmos”.
Segundo o comunicado oficial, a presença de policiais militares na escolta do deputado federal Luiz Couto na data de sua última vinda à Paraíba deveu-se a apoio de rotina à Polícia Federal e não à denuncia que fundamentasse a necessidade de reforço na proteção do deputado. Na nota, o governo ressaltou ainda que “no limite de suas competências, qualquer ameaça à integridade do deputado será apurada de maneira enérgica pelas forças de segurança da Paraíba”.
A reportagem procurou o titular da Seds, Cláudio Lima, para comentar as denúncias do parlamentar, mas o secretário estava em reunião. Valdênia Paulino também não foi localizada para comentar o assunto.
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