VIDA URBANA
Insegurança tem constrangido profissionais em UBSFs
Caso mais recente aconteceu na unidade do bairro Ressurreição, onde três funcionários foram vitimas de ameaças.
Publicado em 20/08/2014 às 8:19
O clima de insegurança tem constrangido o trabalho das equipes de saúde da atenção básica e a população usuária das Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs) em Campina Grande, que recorre diariamente aos serviços de atendimento nos bairros. O caso mais recente aconteceu na unidade do bairro Ressurreição, onde três funcionários foram vitimas de ameaças.
O último caso de ameaça aconteceu há uma semana, quando o dentista que atende na comunidade foi avisado que se não realizasse um procedimento exigido por um dos usuários sofreria agressões no fim do expediente.
Além deste caso, a enfermeira responsável pela UBS Ressurreição, que não quis se identificar por motivos de segurança, disse que a recepcionista da unidade já foi vítima de agressão e que o último médico da unidade saiu por sofrer ameaças. Todos os casos foram registrados na polícia.
A enfermeira ressaltou ainda, que o problema acontece devido à ausência de um vigia no local desde o mês de janeiro, quando o funcionário foi demitido. Para garantir o atendimento aos moradores, os funcionários decidiram fechar as portas da unidade e só receber usuários com consultas agendadas através do contato por telefone ou marcadas pelos próprios agentes comunitários de saúde do bairro. Apesar da medida, a enfermeira afirma que todos trabalham com medo e que devido à equipe ser em sua maioria mulheres, o clima de tensão é maior.
Maria de Fátima Nogueira, 64 anos, usuária da UBSF Ressurreição, disse que a situação prejudica as pessoas que precisam do atendimento. “Às vezes a gente precisa de uma urgência e, ao chegar à unidade, acaba se deparando com as portas fechadas. Não é possível que o paciente chegue doente e ainda sofra com o medo devido a um problema de segurança”, comentou.
A médica da unidade de saúde, Nicole Miranda Fernandes, afirmou que apesar de o atendimento acontecer de portas fechadas, o perigo maior acontece no final do expediente, quando os funcionários deixam o local de trabalho. “Temos medo porque já não é a primeira vez que isto acontece e estão expostos não somente os profissionais, mas a população que precisa do atendimento”, afirmou.
No bairro da Glória, a unidade de saúde Jardim América II foi assaltada duas vezes este ano, a última registrada há três semanas, quando vários objetos da cozinha foram levados.
Atualmente, Campina possui 75 UBSF e 100 equipes de profissionais. O gerente de atenção básica da Secretaria de Saúde Municipal, Miguel Dantas, disse que o problema acontece devido ao crescimento da violência e que a polícia já foi acionada no sentido de reforçar a segurança nos locais de insegurança. “São problemas pontuais, mas que é preciso uma atenção especial para evitar situações maiores. A secretaria já tem conhecimento do problema e estuda um remanejamento dos funcionários efetivos para colocar um vigia na unidade”, frisou.
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