VIDA URBANA
Instalação de poste gera protestos
Instalção de postes de alta tensão tem causado polêmica entre moradores, que alegam irregularidades na execução da obra.
Publicado em 17/01/2015 às 6:00 | Atualizado em 28/02/2024 às 17:22
Os moradores da rua Papa João Paulo I, localizada no bairro de Nova Brasília, em Campina Grande, estão revoltados com a instalação de postes de alta tensão no local. Na última segunda-feira, a Polícia Militar foi chamada para poder evitar que a população impedisse o trabalho dos funcionários de uma empresa terceirizada, contratada pela Energisa, para a implantação do equipamento no solo.
Ontem, mais uma vez policiais estiveram no bairro e um grupo de moradores realizou novos protestos, alegando que as obras estão irregulares e não respeitam a distância mínima entre um poste e outro. Além disso, há o receio de que haja algum tipo de malefício à saúde das pessoas, que afirmaram ter recebido informações de estudiosos da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), alertando sobre os possíveis riscos.
A presidente do Clube de Mães do bairro de Nova Brasília, Albanita Almeida Tomás, recebeu, ainda no mês de junho, informações de que as obras seriam realizadas no local. Na sequência, um grupo de moradores acionou o Ministério Público Estadual, para que não acontecesse a transferência dos postes, que anteriormente estavam instalados em um local próximo, porém sem casas por perto.
“Então, o MP entrou em contato com a Prefeitura de Campina Grande e com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), para que eles explicassem aos moradores detalhes sobre o projeto. Mas isso não aconteceu e no início da semana, começaram a cavar e colocar os postes e nós não aceitamos. Fizemos um protesto e a polícia agiu com truculência, até com pessoas idosas” afirmou.
Alheio às críticas e manifestações dos moradores, os trabalhadores continuaram as obras. Ontem, pela manhã, mais um poste foi colocado na rua João Paulo I, sob os olhares incrédulos do grupo de pessoas que não continha a insatisfação. Uma viatura policial permanecia no local, há alguns metros de distância para garantir a segurança dos que estavam nas imediações.
O aposentado Valdemar Cirino de Oliveira, 71 anos, fez questão de acompanhar de perto a movimentação e expor a sua indignação. “Ninguém aqui está contra o progresso e inovações, mas queremos ter a certeza de que nós, nossos filhos e netos não teremos problemas de saúde no futuro”, indagou.
O secretário de Obras de Campina Grande, André Agra, reconheceu a complexidade do caso e propôs que seja feita uma reunião com representantes dos moradores, Energisa, Ministério Público e da prefeitura na próxima semana para que uma solução seja encontrada.
"Há quatro meses estamos trabalhando nesse projeto e segundo levantamento dos técnicos, está tudo correto, dentro da lei. O que acontece é que aquela faixa não era para ser habitada. Teve problema de invasões naquelas ruas do bairro de Nova Brasília. De todo jeito, faremos de tudo para resolver essas questões e queremos dar continuidade aos trabalhos, sem que haja conflitos", disse. Os moradores da rua João Paulo I afirmam que a transferência de alguns postes vem acontecendo por causa da construção de um condomínio residencial próximo ao local.
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