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VIDA URBANA

Intoxicação leva 460 ao Hospital de Trauma

Automedicação é o grande problema de intoxicação por plantas medicinais.

Publicado em 08/09/2013 às 12:47 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:23

A automedicação pode causar um quadro grave de intoxicação, além de mascarar sintomas de uma doença, mas o problema tem sido recorrente. Só nos primeiros sete meses deste ano, 460 pessoas foram atendidas apresentando quadro de intoxicação no Hospital de Trauma, em Campina Grande. As principais vítimas são mulheres que tomam algum tipo de chá para abortar. O uso de medicamentos é a segunda maior causa de intoxicação verificado pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológicas (Ceatox) que funciona no Hospital de Trauma e orienta os pacientes.

Muitos tratamentos de saúde são feitos com o uso de plantas medicinais (fitoterapia), mas em alguns casos, apesar de ser natural, este tipo de medicamento requer muito cuidado para sua utilização e é justamente por não achar perigoso que muitas pessoas usam indiscriminadamente as plantas medicinais e acabam entrando nas estatísticas dos casos de intoxicação.

A professora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e coordenadora do Ceatox, Sayonara Lia Fook, ressalta que a automedicação ainda é o grande problema nos casos de pacientes com intoxicação causada por plantas. Segundo ela, engana-se quem acredita que tratamentos com plantas não oferecem riscos por serem naturais. Sayonara explica que, por mais simples que o caso aparente ser, é preciso acompanhamento médico.

“Às vezes as pessoas sentem uma leve dor de cabeça e já fazem uma automedicação, que é perigosa tanto com medicamentos naturais quanto industrializados e que pode ser ainda mais grave se misturar os dois tipos de medicamentos. Para se ter um exemplo, a mistura de dipirona com chá de hortelã causa intoxicação e dependendo da reação pode causar o óbito do paciente”, salientou a professora.

De acordo com Sayonara, o risco não está somente no uso da planta medicinal, mas principalmente na quantidade que é utilizada. “Os medicamentos sempre causarão reações boas ou ruins no corpo. Por isso é preciso uma regulagem das quantidades utilizadas. Por esta razão, para alguns casos são utilizados medicamentos de farmácias de manipulação, para que o mesmo tenha os componentes na medida certa para cada caso”, explicou.

Sayonara Fook disse que os casos mais comuns de pacientes que dão entrada no Hospital de Trauma com intoxicação são os de mulheres que tomam chás para interromper gravidez.

“Muitas mulheres, principalmente jovens, acabam se intoxicando depois de tomar grandes quantidades de chás para abortar uma gravidez indesejada, causando riscos à saúde do feto e de sua própria vida”, ressaltou a professora.

PLANTAS SÃO VENDIDAS NAS FEIRAS DE CG

Apesar dos riscos da utilização das plantas medicinais sem acompanhamento profissional, é comum encontrar folhas, ervas, raízes e compostos sendo vendidos livremente nas feiras públicas de Campina Grande. Na Feira Central, por exemplo, próximo ao antigo prédio do Cassino Eldorado, pode se encontrar bancas comercializando estes produtos.

Dona Inácia Firmino, 77 anos, vende ervas e raízes na feira há 58 anos e fabrica garrafadas para tratamentos de expectorantes, anti-inflamatórios e antibióticos naturais. Diariamente várias pessoas procuram seu boxe para compra ervas e compostos. Ela contou que aprendeu a atividade com sua sogra, que também vendia os produtos
Segundo dona Inácia, o produto mais procurado é uma “garrafada” composta por 17 ervas e que serve como anti-inflamatório, que custa R$20. A maioria das pessoas que compram esta “garrafada” são homens com problemas na próstata.

Ainda de acordo com Dona Inácia, outro produto bastante procurado é um mel produzido com “babatenon”, que funciona como expectorante. “Muitas mães compram esse mel quando seus filhos estão doentes com secreção no pulmão”, disse ela.

O entregador de mercadorias José Bezerra, 62 anos, mora em João Pessoa, e passou na Feira Central de Campina Grande para comprar algumas ervas. Ele contou que está com um problema renal e recebeu uma receita caseira de um amigo, que estava na mesma situação. “Um amigo meu também estava com esse mesmo problema nos rins e disse que ficou bom tomando este chá. Estou comprando agora e vou tomar. Espero que funcione comigo também”, disse.(Especial para o Jornal da Paraíba)

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Jornal da Paraíba

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