Investigação aponta a capital como local de transmissão de sarampo

Da Secom-PB

Até a manhã desta terça-feira (21), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) havia recebido 29 notificações de casos suspeitos de sarampo. Até agora, a investigação conjunta realizada por técnicos do Ministério da Saúde, da SES e das secretarias municipais de Saúde de João Pessoa, Santa Rita e Bayeux aponta a Capital como a fonte de infecção de todos os pacientes com suspeita da doença, embora dois deles sejam moradores de Santa Rita e Bayeux. As ações de controle, investigação e prevenção estão sendo definidas pelo Gabinete de Avaliação das Ações de Investigação do Sarampo na Paraíba, criado pela SES, na semana passada.

O Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB) faz a primeira análise das amostras de sangue de todos os pacientes suspeitos de terem adquirido a doença. Dos 29 casos em investigação, 14 tiveram sorologia reagente para sarampo, oito foram negativadas, duas tiveram resultado indeterminado e cinco ainda aguardam resultados. Essas amostras estão sendo encaminhadas para reteste na Fiocruz, no Rio de Janeiro, que é o laboratório de referência para sarampo.

Também estão sendo enviadas à Fiocruz amostras de urina e secreções orofaríngeas e nasofaringeas, para o isolamento viral, que vai apontar se o vírus responsável pela possível infecção dos pacientes paraibanos é importado ou já circulou no passado, neste território.

Vacinação - A gerente de Vigilância em Saúde da SES, Cleane Toscano, explicou que, em João Pessoa, onde foi identificado o surto epidemiológico, os agentes das equipes de Saúde da Família estão indo de casa em casa buscando identificar e vacinar as pessoas não vacinadas na faixa etária entre 1 e 49 anos. Além disso, está sendo feito o bloqueio vacinal com a imunização das pessoas que tiveram contato com os pacientes notificados com suspeita da doença.

A SES também está orientando os 223 municípios paraibanos a intensificarem, na rotina, a vacinação contra o sarampo (tríplice viral) nas pessoas de 1 a 49 anos de idade não imunizadas. O Núcleo de Imunização da SES distribuiu 20 mil doses da vacina tríplice viral para reforçar o estoque dos municípios e solicitou mais 60 mil doses ao Ministério da Saúde para dar suporte aos 1.025 unidades de saúde, distribuídas no Estado.

A tríplice viral imuniza contra sarampo, a rubéola e a caxumba. A imunização quando é feita na faixa etária de 1 a 19 anos deve ser administrada em duas doses. A faixa etária de 20 a 39 anos necessita apenas de uma dose da vacina tríplice viral.

A doença - O sarampo é uma doença viral transmitida por secreções das vias respiratórias como gotículas eliminadas pelo espirro ou pela tosse. O período de incubação (tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas) é de até 18 dias.

A transmissão ocorre seis dias antes e quatro dias depois do aparecimento das manchas. A SES orienta que toda pessoa que apresentar febre com manchas avermelhadas na pele, acompanhada de tosse, coriza ou conjuntivite, independente da idade e situação vacinal, deve procurar um serviço de saúde mais próximo para ser avaliado.