Investigação começou em 2011

As primeiras informações sobre a atuação dos grupos criminosos chegaram ao conhecimento da Secretaria de Segurança e Defesa Social há mais de um ano. Partiu do órgão a iniciativa de acionar a PF para comandar as investigações, como explicou o secretário de Segurança, Cláudio Lima. “Muito se falava em grupos de extermínio, e a população sempre cobrou providências. Tivemos que reconhecer que, sozinhos, não teríamos condições de apurar esse caso. O governador foi até o Ministério da Justiça, pedir ajuda, já que esses crimes se tratam da violação dos direitos humanos”, afirmou.

“Não tivemos medo de apurar o caso e de prender os policiais e servidores envolvidos nesses casos. Cortamos a nossa própria carne, mas tiramos de circulação esses policiais criminosos, que, graças a Deus, são minoria”, acrescentou.

O delegado federal Milton Neves foi designado pelo Ministério da Justiça para comandar o inquérito. Ele disse que ontem, durante a operação, um dos presos teria feito ameaças ao secretário Cláudio Lima. “Ele (preso) disse que o secretário jamais pisará os pés no Estado. Perguntamos o que significaria aquilo, mas ele se esquivou”, relatou o delegado.

Mesmo tendo conhecimento da ameaça, Cláudio Lima não revelou se irá reforçar a segurança pessoal. Ele lembrou que a secretaria já dispõe de um esquema especial para a proteção do titular e descreditou o potencial das ameaças. “Para se tentar alguma coisa desse tipo é preciso ter muita coragem. Mas isso não vai impedir que a gente continue agindo com firmeza no combate ao crime organizado”, disse.