VIDA URBANA
IPC aponta falha humana em acidente com ônibus que deixou quatro mortos
Acidente ocorreu em setembro; quatro morreram e um ficou ferido.
Publicado em 03/02/2017 às 11:19
O acidente envolvendo um ônibus de transporte público de João Pessoa, em setembro do ano passado, que resultou em quatro mortes, foi causado por falha humana, é o que mostra o laudo do Instituto de Polícia Científica (IPC) divulgado nesta quinta-feira (2). O acidente aconteceu no dia 11 de setembro, quando um ônibus da linha 3200-Circular invadiu a calçada na rua Almeida Barreto, no Centro de João Pessoa, atropelando cinco pessoas. Três morreram no local do acidente, uma morreu três dias depois no hospital e a quinta ficou ferida, passou por cirurgias, mas sobreviveu.
Os peritos responsáveis pelos exames, Lúcio Flávio e Robson Félix, afirmam na conclusão técnica-pericial do laudo que "a causa determinante do acidente ocorreu, eminentemente, por erro operacional na condução do ônibus associada à falha humana, por motivos que não se pôde precisar materialmente". A conclusão foi feita tendo como base os exames no veículo envolvido no acidente além das imagens gravadas por câmeras de segurança na área em que o acidente aconteceu.
De acordo com o perito Robson Félix, a identificação da causa que teria levado o motorista a cometer a falha fica a cargo da Polícia Civil, que ouviu o condutor do ônibus e investiga o seu histórico de saúde. "Nós só trabalhamos na questão material, e neste caso, por se tratar de uma causa subjetiva, não é nosso trabalho precisar a falha humana", completou.
No momento do acidente, o motorista perdeu o controle e antes de sair da pista, ainda bateu em dois carros, antes de subir na calçada e atropelar as vítimas. O veículo só parou após se chocar com um poste da rede elétrica.
Morreram atropelados no acidente, Francisco Vitorino, de 72 anos, sua neta, Ana Larissa Silva Nascimento da Costa, de 8 anos, e Alex dos Santos Silva, de 27 anos. Já Jessier Dias dos Santos, de 40 anos, chegou a ser internado no Hospital de Emergência e Trauma da capital, mas sua morte foi confirmada três dias após o acidente. A quinta vítima do acidente, Maria de Lourdes Nascimento, de 51 anos, passou por duas cirurgias, e ainda está no hospital, sem previsão de alta.
O profissional envolvido no acidente, João Batista Pequeno da Silva, de 50 anos, nunca tinha se envolvido em acidentes e exercia a função desde 2012. De acordo com a Unitrans, o veículo envolvido no acidente era novo e só tinha três meses de uso.
Arimatéia Batista, irmão de João Batista Pequeno, comentou que o irmão segue sua recuperação com acompanhamento psicológico após ficar muito abalado com o acidente. Ainda segundo Arimatéria, seu irmão segue se recuperando bem, embora evite tocar no assunto. "Após a tragédia, ele ainda tem alguns momentos de tristeza, mas segue se recuperando", cometou. De acordo com irmão, João Batista Pequeno havia folgado no dia anterior do acidente. "Não tem um horário fixo, todo final de semana muda de acordo com o ônibus. Tem motorista que pega às 4h e só vai sair de tarde. Naquele dia do acidente ele tava fazendo a última viagem", explicou.
No dia do acidente, um domingo, o motorista do ônibus havia começado a trabalhar às 5h e, na hora da tragédia, por volta das 13h, fazia sua última viagem. De acordo com o Sindicato dos Motoristas da Paraíba, a carga horária diária dos motoristas do ônibus urbanos de João Pessoa é de 7h20, com um intervalo de uma hora. Ainda segundo o sindicato, normalmente não é permitido estender o expediente, mas eventualmente, alguns motoristas acabam fazendo uma hora extra diária.
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