VIDA URBANA
IPC de João Pessoa fecha as portas em cumprimento a determinação do MPT
O Ministério Público do Trabalho tinha dado prazo para que os funcionários deixassem o prédio.
Publicado em 07/03/2018 às 16:42 | Atualizado em 08/03/2018 às 8:20
O Instituto de Polícia Científica(IPC) de João Pessoa fechou as portas na tarde desta quarta-feira (7) em atendimento à determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT), informou o diretor geral do Instituto, Israel Aureliano. O prazo determinado pelo MPT para que os funcionários deixassem o prédio era até as 16h desta quarta. A decisão foi tomada depois de uma vistoria realizada na sexta-feira (2), quando fiscais encontraram um cadáver exposto a céu aberto e mais uma série de irregularidades no prédio do IPC.
Segundo Israel Aureliano apenas os serviços que o órgão manterá durante a interdição é o de atender aos locais de crime e os corpos serão encaminhados para as unidades do IPC fora de João Pessoa. Todos os demais serviços do órgão, como emissão de RG, estão suspensos enquanto os funcionários estiverem impedidos de ingressar no prédio.
“Os nossos setores são extremamente técnicos. Nós temos aparelhos caros e sensíveis, que dependem de instalação própria, que dependem de equipes técnicas para serem instalados em outro local, vestígios acondicionados em freezers. É o tipo de providência que em 24h não pode ser tomada. Isso é algo impossível do ponto de vista técnico pericial. A preocupação é ter um tempo hábil para solucionar ou minimizar as problemáticas que serão oriundas desse fechamento”, esclareceu Aureliano.
Ainda de acordo com o diretor geral do IPC, um recurso contra a determinação de interdição do prédio foi feito por meio da Procuradoria Geral do Estado ao Ministério do Trabalho requerendo “o imediato e urgente efeito suspensivo da interdição” do prédio do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC), tendo em vista os danos causados à população, bem como à ordem e segurança pública estadual.
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Serviços comprometidos no IPC
Segundo Israel, os corpos vão ser encaminhados para a unidade de Campina Grande, o que dificulta o processo de identificação por parte das famílias e posterior liberação. "Não posso mandar um corpo pra Campina Grande [para perícia] e voltar para João Pessoa. Vai ficar onde se o IML está fechado?", explica. O diretor explica que está tentando fazer com que a determinação seja revista. “Estamos produzindo um documento para identificar o que pode ser feito dentro de um cronograma. Precisamos de um tempo hábil para solicitar ou minimizar as problemas que são oriundas desse fechamento", diz.
Ministério Público critica medida
O coordenador do Núcleo de Controle da Atividade Policial (Ncap), órgão do Ministério Público da Paraíba, promotor Guilherme Lemos, criticou a decisão do Ministério Público do Trabalho em interditar o Instituto de Polícia Científica (IPC), em João Pessoa. Para o promotor, a interdição total deve trazer mais prejuízos do que ganhos à sociedade. “Estou muito preocupado diante da necessidade dos serviços que ali são desenvolvidos para a prestação da atividade policia e jurisdicional”, declarou.
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