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VIDA URBANA

IPC fechado 'não tem como emitir RG, coletar material para perícia, nem necrópsia', diz diretor

O Ministério Público do Trabalho deu prazo até 16h desta quinta para que os funcionários deixem o prédio.

Publicado em 07/03/2018 às 12:29 | Atualizado em 07/03/2018 às 16:48


                                        
                                            IPC fechado 'não tem como emitir RG, coletar material para perícia, nem necrópsia', diz diretor

				
					IPC fechado 'não tem como emitir RG, coletar material para perícia, nem necrópsia', diz diretor
Da esquerda pra direita: Fábio Almeida (chefe do Numol); Gabriela Nóbrega (superintendente da 1 região); Jean Nunes (secretário executivo); Israel Aureliano (Diretor do IPC)..

Não há como fazer solução paliativa para a situação do Instituto de Polícia Científica (IPC) de João Pessoa. Essa é a avaliação do diretor da unidade, Israel Aureliano, que disse no fim da manhã desta quarta-feira (7) que enquanto o prédio estiver interditado não tem como emitir RG, nem coletar material para perícia em local de crime, nem necrópsia.

O Ministério Público do Trabalho deu prazo até 16h desta quinta para que os funcionários deixem o prédio. A decisão foi tomada depois de uma vistoria realizada na sexta-feira (2), quando fiscais encontraram um cadáver exposto a céu aberto e mais uma série de irregularidades no prédio do IPC.

>> MPT encontra cadáver a céu aberto no IPC de João Pessoa

>>> MPT dá 24 horas para funcionários evacuarem prédio do IPC >>> IPC mantém serviços funcionando nesta quarta-feira

Segundo Israel, os corpos vão ser encaminhados para a unidade de Campina Grande, o que dificulta o processo de identificação por parte das famílias e posterior liberação. "Não posso mandar um corpo pra Campina Grande [para perícia] e voltar para João Pessoa. Vai ficar onde se o IML está fechado?", explica. O diretor explica que está tentando fazer com que a determinação seja revista. “Estamos produzindo um documento para identificar o que pode ser feito dentro de um cronograma. Precisamos de um tempo hábil para solicitar ou minimizar as problemas que são oriundas desse fechamento", diz.

O secretário executivo de Segurança, Jean Nunes, se preocupa com o registro dos flagrantes, que exigem que os presos sejam submetidos a exame de corpo de delito. “Isso [fechamento] fatalmente vai gerar ilegalidade nos procedimentos, a PM vai ficar descoberta”, exemplifica. Ele diz que o problema só vai ser resolvido com parcerias e que, através da Procuradoria Geral do Estado,está tentando dialogar com a administração e com o Ministério Público do Trabalho.

Já a superintendente da 1ª Região, Gabriela Nóbrega, garante que a secretaria não está se eximindo da responsabilidade ou minimizando o problema. "É o tipo de providência que em 24 horas pode ser tomada, não tem como determinar novos aparelhos e novas estruturas para dar continuidade aos trabalhos sem interrupção", explica.

O diretor do IPC ainda acredita que a decisão do MPT em fechar o prédio de imediato, causa um desconforto. "Nós temos consciência que a condição poderia ser melhorada, mas poderia está funcionando como funcionava desde que tivesse um tempo adequado e, assim, pudéssemos dar um tempo para uma construção ou ajustes", afirma. "Nós do IPC dependemos da secretaria, que tem suas limitações e abarga com todas as despesas do estado", conclui.

Apesar da determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) em interditar o prédio do Instituto de Polícia Científica (IPC) de João Pessoa, as atividades no prédio funcionam normalmente na manhã desta quarta-feira.

Ministério Público critica medida

O coordenador do Núcleo de Controle da Atividade Policial (Ncap), órgão do Ministério Público da Paraíba, promotor Guilherme Lemos, criticou a decisão do Ministério Público do Trabalho em interditar o Instituto de Polícia Científica (IPC), em João Pessoa. Para o promotor, a interdição total deve trazer mais prejuízos do que ganhos à sociedade. “Estou muito preocupado diante da necessidade dos serviços que ali são desenvolvidos para a prestação da atividade policia e jurisdicional”, declarou.

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Aline Oliveira

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