VIDA URBANA
Jogadores de times paraibanos têm punições convertidas em serviços comunitários
Objetivo do órgão é aproximar times e jogadores das comunidades em que estão inseridos.
Publicado em 24/02/2020 às 12:00 | Atualizado em 25/02/2020 às 14:56
Uma das coisas mais comuns no dia a dia são pessoas condenadas, após os julgamentos, ao cumprimento de penas impostas pela Justiça, nas suas mais variadas esferas. Mas, até que ponto o que é colocado para aquele réu tem um efeito prático, no sentido de contribuir com uma sociedade melhor? Na Paraíba, o Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol (TJDF-PB) resolveu fazer diferente. As multas em dinheiro ou suspensões atribuídas à partidas foram substituídas por serviços comunitários com doação de alimentos, materiais de limpeza e palestras em escolas públicas.
As duas conversões de pena julgadas pelo órgão paraibano este ano foram pioneiras e atribuídas aos réus em janeiro deste ano, envolvendo atletas da Desportiva Perilima e do Sousa Esporte Clube. Os clubes recorreram para que as penas fossem convertidas e o TJDF-PB acatou.
A primeira envolveu o zagueiro Tiago Bob, que atualmente defende a Perilima, mas na época do fato era atleta da Desportiva Guarabira, durante a Segunda Divisão do Campeonato Paraibano do ano passado. Ele foi condenado a quatro partidas de suspensão, cumpriu duas e o restante foi convertido em cestas básicas no valor de R$ 2 mil e uma palestra com duração de 2h, na entidade Casa do Menino, em Campina Grande.
A outra ação envolveu o lateral-direito do Sousa, Iranílson, condenado a duas partidas de suspensão, com base no Artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O item fala sobre “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva”. Pelo TJDF-PB, a pena foi convertida em cestas básicas no valor de R$ 1 mil e uma palestra com duração de 2h, na Escola Municipal Rômulo Pires, em Sousa.
O presidente do TJDF-PB, Raoni Vita, disse que as conversões de pena foram adotadas para o futebol paraibano, com base no Artigo 172 do próprio CBJD, que fala que “metade da pena de suspensão por prazo poderá ser cumprida mediante a execução de atividades de interesse público, nos campos da assistência social, desporto, cultura, educação, saúde, voluntariado, além da defesa, preservação e conservação do meio ambiente”.
“Acredito que esta é uma medida de interesse coletivo. Procuramos atender as comunidades locais próximas aos clubes, até para que laços possam ser criados ou reforçados. Além disso, as doações e as palestras fazem com que o jogador interaja com a sociedade estimulando principalmente as crianças, pois o atleta é símbolo de superação, de garra e isso alimenta o sonho de muitas delas, que é a de ser atleta”, disse Raoni.
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