VIDA URBANA
Juiz diz que foi ameaçado de morte por réus em Campina Grande
Bartolomeu denuncia insegurança no fórum e diretor diz que está tomando providências.
Publicado em 26/04/2017 às 19:08
O juiz do 1º Tribunal do Júri de Campina Grande, Bartolomeu Correia Lima, revelou nesta quarta-feira (26) que foi ameaçado de morte por dois réus. Segundo o magistrado, que também denunciou a falta de segurança no Fórum Afonso Campos, o fato aconteceu no julgamento de Wallison de Sousa Pereira e Edmilson dos Santos Silva. Eles foram condenados a 21 anos de prisão por homicídio.
“Durante a leitura da sentença, um dos réus passou a olhar os jurados com o olhar intimidador e já iniciando a fala contra a minha pessoa, no momento em que encerrei a leitura. Depois, dei por encerrada a sessão. Determinei que fossem levados salas e eles passaram a me agredir verbalmente, fazendo ameaça de morte e a minha família”, frisou Bartolomeu em entrevista à TV Paraíba.
O magistrado disse que vai determinar à Polícia Civil que abra inquérito para apurar as ameaças e tentativa de coação. Bartolomeu policiais militares e serventuários deverão ser arrolados como testemunhas. A reportagem procurou, mas não encontrou os advogados dos réus para comentar sobre a denúncia do juiz.
Insegurança
Bartolomeu também acrescentou que, durante os julgamentos no Fórum Afonso Campos, o policiamento é insuficiente para fazer a escolta dos juízes, promotores, jurados e da própria população. Ele ainda apontou deficiências na estrutura do prédio, que é cercado por grades baixas de ferro.
Citou também que, no Tribunal do Júri do Fórum Afonso Campos, não há circuito de segurança nem detectores de metais. O único de existe fica na entrada principal do Fórum, mas não está funcionando.
Comissão
O diretor do Fórum Afonso Campos, juiz Alexandre Trineto, disse que o Fórum Afonso tem segurança privada armada e circuito de câmeras, mas reconhece que há algumas deficiências. Ele informou que o detector de metais está sendo consertado e os muros sendo ampliados. Também disse que foi criada uma Comissão de Segurança para discutir melhorias para as comarcas do Tribunal de Justiça da Paraíba.
Em relação ao policiamento, Alexandre Trineto comentou que ocorreu uma redução de quatro para três militares da reserva e reconhece que não é o ideal.
PM responde
O comandante do II BPM, o tenente-coronel Lamarck Victor Donato, disse que foi mantido o policiamento fixo no Fórum Afonso Campos o que é reforçado durante os julgamentos e audiências. “Não há registros de incidentes nos julgamentos nas audiências”, frisou.
Quanto às ameaças ao juiz e aos jurados, Lamarck Victor disse que “deve haver algum procedimento aberto na Polícia Judiciária. Eles devem ter melhores informações”, concluiu o comandante.
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