VIDA URBANA
Júri é adiado pela 2ª vez
MPF pede que julgamento seja realizado em Pernambuco para garantir segurança dos jurados e testemunhas do caso.
Publicado em 05/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 04/05/2023 às 13:17
O julgamento dos acusados pelo assassinato do advogado Manoel Mattos, morto em janeiro de 2009, foi suspenso pela segunda vez. A pedido do Ministério Público Federal na Paraíba (MPF-PB) e da assistência de acusação, a juíza do Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, Joana Carolina Lins Pereira, deferiu ontem o pedido de liminar e determinou a suspensão da sessão.
Na petição apresentada pelo MPF, o órgão argumentou o Incidente de Deslocamento de Competência, em que na primeira data marcada para o julgamento, no último dia 18, apenas sete jurados estavam aptos a participar da sessão. Além disso, o medo dos jurados serem vítimas de possíveis represálias também foi argumentado pelo MPF.
Segundo o documento divulgado pelo TRF, “o problema mais relevante foi o temor revelado pela maioria dos jurados”. Ainda de acordo com o documento, “o temor se justifica em face de a chamada fronteira do medo distar menos de 50km de João Pessoa e pelo fato de que o “braço armado” dos grupos de extermínio ainda continua em ação”.
Os representantes do MPF e da assistência de acusação pedem ainda que o julgamento seja realizado pela Seção Judiciária de Pernambuco para garantir a segurança do corpo de jurados e das testemunhas do caso.
COLETIVA
Em entrevista coletiva concedida ontem, o procurador da República, Fabrício Carrer, disse que a expectativa é que os réus sejam julgados nos próximos quatro meses e que a data do novo julgamento seja definida em janeiro de 2014. Ele ainda solicitou à Justiça que a futura sessão seja realizada em Recife.
“Pedimos o desaforamento do caso para garantir a imparcialidade do julgamento. João Pessoa está muito perto da cidade de Itambé (onde ocorreu o crime) e existem indícios de que os grupos criminosos poderiam exercer influência e comprometer a imparcialidade do julgamento. Acreditamos que em Recife, por ser uma cidade maior, essa influência será mais difícil”, declarou.
Para a mãe de Manoel Mattos, Nair Ávila, a suspensão do julgamento foi motivo de tristeza. “Faz 5 anos que espero por justiça e que me tornei uma presa domiciliar. Vivo escoltada dia e noite, porque ainda recebo ameaças de morte. Mas não tenho medo e nem vou deixar de lutar para ver os assassinos de meu filho condenados”, afirmou. (Colaborou Nathielle Ferreira)
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