VIDA URBANA
Justificar os descasos com a ortografia não é simples
Uma série de fatores que podem provocar o erro dos praticantes do idioma, segundo professor
Publicado em 22/07/2012 às 11:00
Na opinião do professor de Português Chico Viana, encontrar a justificativa para tanto descaso com a Língua Portuguesa não é tão simples quanto parece. Segundo ele, há uma série de fatores que podem provocar o erro dos praticantes do idioma.
Os equívocos podem ir desde a uma simples desatenção no ato de escrever, passando por vícios de linguagem, sendo reproduzidos na íntegra, a problemas sociais e de falta de instrução das regras da Língua Portuguesa.
“O primeiro passo é avaliar se o erro é de ortografia, de acentuação ou do popularmente chamado de aportuguesamento de um idioma estrangeiro, como no caso do Inglês para o Português, que é perfeitamente aceitável”, avalia Chico Viana.
Para o professor de Português Francelino Soares de Souza, escrever o Português correto não é apenas evitar erros ortográficos, mas também dominar o léxico, a morfologia, a sintaxe, a semântica e, por que não, a pontuação. “Vivemos em uma sociedade isenta de referências e quanto à Língua Portuguesa o caso é grave, por isso é preciso estar atento para não propagar equívocos”, afirma.
O professor Chico Viana afirma ainda que é comum ver casos em que o escritor acentua erroneamente uma proparoxítona (acentuação na antepenúltima sílaba) faz analogia com uma derivada paroxítona (acentuação na penúltima sílaba) ou vice-versa, como, por exemplo, no caso de cirúrgica (proparoxítona acentuada) e cirurgia (paroxítona não acentuada).
“Como nossa língua é em maioria paroxítona, tendemos a não colocarmos o acento em palavras proparoxítonas”, explica, que alerta também com relação ao uso da internet. “Ela propicia uma interação imediata e visa preponderantemente à comunicação e por isso não é um desserviço, mas não melhora em nada ao bom uso do Português. É preciso estar atento para utilizá-la a seu favor”.
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