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VIDA URBANA

Lanche de rua pode ser um risco à saúde

Especialistas alertam para o risco à saúde dos lanches feitos nas ruas; Vigilância Sanitária fará trabalho preventivo com comerciantes.

Publicado em 18/01/2013 às 6:00


Com o 'corre-corre' do cotidiano, muitas pessoas acabam optando por fazer lanches rápidos, principalmente em carrinhos que circulam pelas ruas do Centro de João Pessoa e que não oferecem o acondicionamento adequado para os alimentos, do que investir um pouco mais de tempo em uma refeição mais saudável, em restaurante ou em outros estabelecimentos habilitados para o serviço. Especialistas alertam para os riscos à saúde, e Vigilância Sanitária de João Pessoa afirma que fará trabalho preventivo de orientação com comerciantes para o preparo e manuseio dos alimentos, além de fiscalizações.

Para quem não tem uma profissão, o mercado informal é a saída para garantir a renda familiar, a exemplo do vendedor de salgados José Antônio. “Quando me vi desempregado e sem oportunidade no mercado, encontrei no carrinho de lanche meu meio de vida. É através dele que sustento minha família. No momento, é a única coisa que tenho condições de manter para obter renda”, relatou.

Já para a vendedora Patrícia dos Santos, que trabalha em uma loja de calçados no Centro, o lanche é uma opção rápida e barata.

“Só tenho 1h de intervalo no horário de almoço, mas não dá tempo ir em casa, então eu acabo optando por fazer um lanche do que ir almoçar. Sei que não é saudável comer massas e frituras, ainda mais todos os dias, mas para quem trabalha com vendas e precisa da comissão, o tempo é ouro”, disse.

Segundo a engenheira de alimentos e professora adjunta do departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Maria Lúcia da Conceição, a falta de acondicionamento adequado proporciona a contaminação dos alimentos e a proliferação de alguns micro-organismos, como bactérias e fungos, ao ponto de interferir na saúde do consumidor. “Isso vai depender da quantidade e do tipo de micro-organismo que esses alimentos vão desenvolver, podendo causar intoxicação alimentar, em média 4h após a ingestão. Os riscos também vão depender do estado nutricional do indivíduo, bem como do estado imunológico, onde as crianças e idosos são mais vulneráveis”, explicou.

Maria Lúcia acrescentou que os salgados podem sofrer tratamento térmico, já que depois de assados, se não houver acondicionamento, a temperatura cai e compromete o produto, principalmente o recheio. “Se o tratamento térmico não for eficiente os micro-organismos podem sobreviver após a fritura dos salgados e encontrar condições para se desenvolver, principalmente no recheio, comprometendo todo o produto. Além disso, é preciso observar as condições de higiene no manuseio dos alimentos para não haver a recontaminação”, alertou.

De acordo com a engenheira de alimentos, para não oferecer riscos à população, “o ideal é que os salgados sejam produzidos e preparados no mesmo dia do consumo, sendo preservado em uma estufa a 70°C para preservar a temperatura do produto, pois se a temperatura alcançada após o preparo for mantida até a ingestão, esse alimento não dará condições para os micro-organismos se desenvolverem”.

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Jornal da Paraíba

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