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VIDA URBANA

Laqueaduras reduzem 40% em um ano na PB

Número caiu de 2.466 procedimentos feitos entre janeiro a dezembro de 2012 para 1.472, realizados no mesmo período de 2013.

Publicado em 05/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/07/2023 às 12:26

No período de um ano, a Paraíba reduziu em 40,31% a quantidade de cirurgias de laqueaduras realizadas em hospitais públicos do Estado. O número caiu de 2.466 procedimentos feitos entre janeiro a dezembro de 2012 para 1.472, realizados no mesmo período de 2013.

Os dados são do Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DataSus), serviço mantido pelo Ministério da Saúde. A laqueadura é considerada um método contraceptivo definitivo.

Ainda de acordo com o DataSus, a maior parte das operações ocorridas em 2013 foi realizada após a conclusão de partos cesáreos. Das 1.472 mulheres que se submeteram à cirurgia no ano passado, 808 resolveram optar pelo método contraceptivo na mesma cirurgia em que deram a luz a um filho.

Para o ginecologista e professor de medicina, Geraldez Tomáz, membro da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia da Paraíba, a decisão de realizar cesariana e laqueadura no mesmo procedimento pode representar um risco para a saúde da paciente.

Com experiência de 45 anos na área, ele explica que o ideal é que a laqueadura seja realizada, no mínimo, 45 dias após o parto.

“Realizar laqueadura durante a cesariana tem maiores riscos. É recomendável que a mãe aguarde os primeiros dias de vida, para verificar que o bebê tem condições de crescer saudável, antes de decidir pelo método contraceptivo definitivo. Digo isso, porque a criança, por exemplo, pode nascer com baixo peso e enfrentar complicações pós parto. Em casos mais graves, pode falecer”, alerta.

O médico explica que já existem meios de realizar a laqueadura sem causar grandes danos ao organismo feminino. Ele explica que a cirurgia pode ser feita por meio de uma pequena incisão, o que reduz a possibilidade de eventuais complicações pós cirurgia.

No Brasil, a laqueadura é regulamentada por diretrizes do Ministério da Saúde. O procedimento só pode ser feito por mulheres acima de 25 anos ou com mais de dois filhos. Para aumentar a segurança da paciente, o órgão federal criou a Rede Cegonha, um projeto que prevê planejamento familiar e uma série de medidas que beneficiam a saúde da mãe e do filho.

É o que explica a coordenadora de Saúde da Mulher da Secretaria de Estado de Saúde, Charlene Carvalho. Segundo ela, toda a assistência à mulher que deseja se operar na Paraíba é fornecida por meio da Rede Cegonha.

Para serem submetidas às cirurgias, as mulheres precisam recorrer a uma unidade do Programa de Saúde da Família (PSF). No local, receberão orientações médicas e psicológicas e, em seguida, serão em encaminhadas para as unidades credenciadas em realizar os procedimentos.

Em João Pessoa, de acordo com a SES, as cirurgias de laqueaduras estão disponíveis nas maternidades Cândida Vargas, Frei Damião e Edson Ramalho.

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Jornal da Paraíba

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