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VIDA URBANA

Lavadeiras preservam tradição

A tal ponto que até a máquina de lavar, tão idolatrada nos lares paraibanos, é deixada de lado por essas profissionais.

Publicado em 23/09/2012 às 15:40


O cheiro de roupa limpa toma conta da lavanderia do bairro do Catolé, em Campina Grande. Os braços cansados das lavadeiras se esforçam para deixar cada peça impecável. Uma das mais antigas, Maria das Graças Câmara, de 58 anos, contou que os tempos já foram mais difíceis, quando ela passava quase dez horas lavando a roupa dos clientes. Igual a Maria das Graças, muitas outras trabalhadoras encontram neste ofício seu único meio de vida e o sustento da família é o principal combustível da força que as mantém em pé. Nas seis lavanderias públicas de Campina Grande, mais de cem mulheres, entre 23 e 88 anos, se desdobram para manter o trabalho em dia e a tradição das lavanderias.

Há mais de 30 anos, Maria das Graças usa o tanque como sua principal ferramenta de trabalho. Foi através dele que a lavadeira conseguiu criar os quatro filhos, principalmente durante os 2 anos em que seu marido ficou desempregado. “Foram tempos difíceis. A luta no tanque não é fácil. Além de ser um trabalho muito cansativo, as pessoas exigem muito e na maioria das vezes reclamam dos preços. O nosso trabalho não é valorizado”, lamentou. A filha mais velha da lavadeira, Márcia Maria Silva, 34, também se tornou uma delas e desde cedo ajuda a mãe com as “trouxas” de roupas.

Dentro de cada uma das seis lavanderias públicas da cidade, a descontração também faz parte da rotina de trabalho. Entre uma conversa e outra, as lavadeiras acabam se tornando amigas e confidentes.

Lúcia de Fátima Gomes, trabalha há 20 anos no local, tem três filhos e um deles é deficiente físico, mas os problemas não a deixam desanimada. “Todas nós temos nossos problemas, mas aqui a gente libera nossas energias. É muito trabalho e algumas de nós passam o dia inteiro na lavanderia, mas é o que sabemos fazer e fazemos bem”, disse ela.

Algumas trabalham tanto que têm que levar os filhos pequenos para as lavanderias e até berços improvisados são montados no local. Márcia Maria leva o filho de um ano para a lavanderia e entre seus cuidados e o da avó, o menino vai crescendo entre os lençóis estendidos nos varais.

Na lavanderia do bairro do Jardim Quarenta, a satisfação também é notável e exemplificada através de mulheres como Maria Lucena da Silva, que aos 88 anos, ainda consegue trabalhar duro e oferecer um serviço de qualidade.

Diferentemente da maioria das lavadeiras, ela prefere não utilizar máquinas de lavar porque acredita que a lavagem não fica excelente. “Minhas mãos são a máquina. Eu prefiro lavar na mão porque fica mais cheiroso”, disse a lavadeira, que há 40 anos sobrevive da lavagem de roupas e que dessa forma conseguiu sustentar seis filhos. A dureza do corpo por causa do serviço pesado acaba se transformando em uma característica positiva e não existe dificuldade que não seja vencida. Para a lavadeira Alice Madureira, 59, nada é mais difícil do que ficar sem trabalhar. “Eu já passei apertos e não acho trabalho nenhum ruim. Pelo menos na lavanderia temos um espaço certo e seguro. Minha vida é boa”, contou satisfeita.

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Jornal da Paraíba

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