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VIDA URBANA

Limpeza excessiva do ouvido pode provocar infecções

Para especialistas, hastes de algodão podem causar ferimentos.

Publicado em 29/09/2013 às 11:30 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:47

Delicado e ao mesmo tempo de extrema importância para o bem-estar e o equilíbrio do corpo, o ouvido pode muitas vezes apresentar sérios problemas ocasionados por falta de cuidados básicos. O desleixo com a limpeza, o uso inadequado de fones e hábitos alimentares ruins figuram entre as principais causas de infecções e outras doenças no órgão.

Ato fortemente difundido entre as pessoas, a retirada de cera do canal auditivo também compromete bastante a saúde. Segundo o otorrinolaringologista Márcio Holanda Guerra, a secreção, importante para o bom funcionamento do ouvido, serve como uma defesa natural do organismo contra fatores externos.

“Produzida e expelida em condições normais, a cera é um elemento de proteção e recobre a fina e frágil pele do canal, atuando como repelente da água, que pode muitas vezes conter microrganismos ou detritos nocivos. Outra função da cera é a retenção de partículas de areia e poeira para não provocar danos ao tímpano”, explica o médico.

Ainda de acordo com ele, a escassez da substância pode afetar a audição e causar diversos incômodos ao indivíduo. “A ausência ou pouca produção de cera provoca, em geral, pele seca, coceira e descamação, o que pode ser desconfortante e irritante para o paciente. Pessoas com estes sintomas desenvolvem otite externa mais facilmente e devem consultar um otorrino antes de frequentar praia e piscina”, alerta.

Sobre a higienização do ouvido, o médico explica que ela não deve ser realizada com itens como cotonetes e outros objetos, tendo em vista que isso pode provocar danos ao canal auditivo, como lesões e inflamações. A limpeza deve ser apenas na parte externa com pano limpo e de preferência após o banho.

“A cera vai saindo normalmente e não devemos tirar essa proteção natural, evitando empurrá-la para dentro”, indica. Conforme Márcio, em pessoas que têm tendências a produzir cera em grande quantidade, o aconselhado é procurar um profissional para os devidos cuidados.

“Em alguns momentos, pode existir um acúmulo anormal de cera, ocasionando surdez. Isso é mais comum em condutos auditivos mais estreitos, tortuosos ou com alterações da pele de revestimento do ouvido. Nestes casos, um otorrino deverá ser consultado para examinar a condição da cera e do canal antes de decidir pelo método de remoção”, finaliza. (Especial para o JP)

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Jornal da Paraíba

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