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VIDA URBANA

Luta contra ao câncer infantil: conheça histórias de fé e superação

No Laureano, em João Pessoa, a cada ano surgem 120 novos casos da doença. O Alcides Carneiro, em Campina, atende 115.

Publicado em 08/04/2015 às 16:43 | Atualizado em 16/02/2024 às 10:56

“Foi um choque descobrir que minha filha tinha câncer. Passamos por um tratamento difícil, doloroso. Mas quem estiver nessa situação tem que ter fé, porque ele tem cura”, comentou Fernanda Costa. Para ela, mãe de Nyedja Vitória, de 8 anos, que há dois anos está no tratamento de uma leucemia, a principal mensagem a ser repassada neste Dia Mundial do Combate ao Câncer é de que a fé pode superar qualquer dificuldade.

O câncer infantil já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no país, contudo tem 70% de chances de cura se diagnosticado precocemente, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Para se ter uma ideia, na Paraíba, no Hospital Napoleão Laureano a cada ano surgem 120 novos casos de câncer infantil. Por semana são atendidos 140 casos da doença no ambulatório, a unidade hospitalar possui 21 leitos, que segundo a chefe da unidade de pediatria do Napoleão, Andréa Gadelha, os leitos sempre estão lotados e os principais casos de câncer infantil atendidos pela unidade são os relacionados a leucemia e aos tumores do Sistema Nervoso Central.

No caso de Nyedja, foi a doença de uma amiga que chamou a atenção da mãe, pois ela não apresentava sintomas que indicassem a presença da doença. Ao perceber anormalidades no exame de sangue, a mãe, que morava em Alagoa Grande, levou sua filha para Guarabira e lá foi identificada a doença. “Uma amiga de sala dela apareceu com hepatite, então fiz os exames dela, para prevenir, e vimos que estava tudo baixo, plaquetas, imunidade. Então fomos para Guarabira, de lá nos encaminharam para o Laureano e aqui tivemos a certeza”, explicou.

“A gente descobriu logo, então fizemos o tratamento. Ela não precisou de cirurgia. Hoje já faz dois anos e seis meses e agora ela está apenas na manutenção. Minha filha está curada. Quem estiver passando por isso, tenha força porque é possível vencer”, aconselhou.

Ainda mais novo que Nyedja, que descobriu a doença aos seis anos de idade, Miguel, de apenas dois anos, também foi diagnosticado com leucemia. Segundo sua mãe, a agricultora Solange dos Santos, o diagnóstico da doença veio depois de suspeitas de que havia algo de errado com a saúde do pequeno Miguel.

Anemia foi o primeiro diagnóstico dado para o filho de Solange, que mora no município de Casserengue. “Ele começou a tomar sulfato ferroso, mas parece que só fazia piorar”, disse a mãe, que, insatisfeita com esse diagnóstico, foi em busca de outras respostas, então descobriu as alterações no sangue do seu filho há pouco mais de um mês. O Hospital Napoleão Laureano foi a indicação para o tratamento. Sem ter familiares aqui, eles foram acolhidos na Casa da Criança com Câncer, onde estão hospedados. “O sofrimento dele é o mais difícil. Se eu pudesse, eu pegava o sofrimento dele para mim. Sem fé em Deus a gente não é ninguém”, completou a mãe, que já comemora as significativas melhoras do seu filho, que voltou a brincar e a sorrir.

Pais devem ficar atentos aos primeiros sinais

Dor nos membros inferiores associada a uma anemia repentina, dor de cabeça, tontura, caroços no pescoço, perna e barriga podem indicar mais que uma simples doença infantil. Esses sinais precoces são fundamentais para o diagnóstico rápido do câncer nas crianças, de acordo com a médica oncopediatra Andréa Gadelha. Segundo ela, o tempo é algo fundamental para o tratamento do câncer e, por esse motivo, é preciso que os pais estejam sempre atentos a esses primeiros sinais.

De acordo com a médica, os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afeta os glóbulos brancos), que representam cerca de 30% do total de casos que acometem essa parcela da população. Em segundo lugar estão os do sistema nervoso central e em terceiro os linfomas. Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

A médica explicou que, diferentemente do câncer nos adultos, que em 80% dos casos é advindo de fatores ambientais, como fumo, alimentação inadequada e outros, não se tem explicação para o câncer infantil. Sabe-se apenas que a sua base é genética. Além disso, o câncer nas crianças é mais agressivo, contudo tem melhor resposta. Para que o tratamento seja mais eficaz nos pequenos é preciso que os pais estejam tranquilos e o tratamento lúdico. “Se todos estiverem bem, a criança estará confiante e bem, isso reflete fundamentalmente no tratamento. É possível vencer o câncer infantil, então, hoje, nossa mensagem é de esperança. O câncer, diferentemente do que muitos pensam, não está atrelado à morte”, completou.

Atendimento para crianças no HUAC

A assistência médica oferecida às crianças com câncer em Campina Grande acontece no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), que é referência em oncologia pediátrica e o único da cidade que atende os pacientes. Atualmente 40 crianças estão em procedimento de quimioterapia e outras 75 estão sendo acompanhadas no pós-tratamento, somando 115 atendimentos, segundo informações da direção do hospital.

Para cuidar especificamente dessas crianças, o hospital conta com uma equipe de nove profissionais, sendo três médicos oncologistas, um clínico, três enfermeiras e duas técnicas de enfermagem. Juntos, eles são responsáveis por oferecer a assistência necessária para que a doença seja enfrentada com menos sofrimento e segundo a enfermeira coordenadora da oncologia, Ângela Cristina Farias, é impossível não desenvolver um vínculo afetivo com elas. “Nós realizamos consultas médicas, exames laboratoriais, o tratamento com a quimioterapia, algumas cirurgias e o acompanhamento pós-tratamento durante cinco anos. É uma relação de parceria e não tem como dizer que nós não nos envolvemos com esses pacientes”, destacou.
A cabeleireira Maria Pureza, de 35 anos, mora na cidade de Água Branca, no Sertão paraibano e viaja todas as terças-feiras para Campina Grande, para que seu filho, Rafael Silva, de 12 anos, diagnosticado com leucemia há três anos, receba o tratamento no HUAC. “Eu trago meu filho em um carro disponibilizado pela Secretaria de Saúde de onde eu moro para ele fazer a quimioterapia, as consultas e os exames. Graças a Deus ele não está mais precisando ficar internado, mas já ficou muitas vezes. Sempre o acompanho, pelo amor que eu sinto por ele e para vê-lo bem. É difícil passar por isso, só que é necessário”, comentou.

O hospital também oferece assistência psicológica e social para elas e seus familiares enfrentarem melhor a doença. Em parceria com o Instituto Paraibano de Combate ao Câncer (IPCCAN), é disponibilizada uma casa de apoio para as pessoas que vêm de outras cidades e não têm lugar para ficar. O instituto também desenvolve ações sociais, como a distribuição de cestas básicas, medicamentos, visitas em hospitais e promoção de festas, com o intuito de amenizar os impactos do diagnóstico da doença.

Referência para tratamento do câncer na Paraíba

Hospital Napoleão Laureano - João Pessoa;
Instituto de Hematologia e Hemoterapia Doutor Gilson Guedes, em João Pessoa;
Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) - Campina Grande;
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde (SES)

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Jornal da Paraíba

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