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VIDA URBANA

Luta por água em casa torna-se rotina na vida de paraibanos

População de 23 cidades e 8 distritos sofre sem abastecimento após colapso de açudes. Em março, lista da Cagepa tinha 14 municípios.

Publicado em 15/04/2015 às 6:00 | Atualizado em 15/02/2024 às 12:29

“É um sofrimento para nós. A situação é difícil, temos que nos humilhar por um balde de água para beber e fazer comida e, quando sobra, cuidar das necessidades.” O desabafo é da dona de casa Maria Aparecida Targino, moradora da cidade de Bananeiras, no Brejo paraibano, distante 134 quilômetros de João Pessoa. Dona Maria Aparecida traz em seu depoimento a preocupação de muitas pessoas com a falta de água. Mas, para outras, o relato da dona de casa já se tornou uma triste realidade.

Realidade essa que afeta 23 cidades e 8 distritos paraibanos, que estão com o abastecimento de água interrompido em virtude do colapso de 15 reservatórios. Os dados são do levantamento realizado pela Diretoria de Operação e Manutenção da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa), feito na última segunda-feira, e mostram uma realidade preocupante. Em março a lista da Cagepa tinha 14 cidades e cinco distritos nesta situação.

Segundo o órgão, quando um manancial atinge menos de 20% do volume, ele começa a ser monitorado com mais frequência pela Gerência de Controle Operacional, que faz uma análise técnica de vários aspectos necessários à continuidade do abastecimento.

Por meio da sua assessoria de imprensa, a Cagepa informou que a necessidade de racionamento de um município não é mensurada apenas pelo volume do manancial que o abastece.

É feita uma análise técnica tomando como base os seguintes aspectos: se o nível da barragem/manancial consegue se sustentar até o próximo período chuvoso; se o volume de evaporação é alto; e se o município conta com o reforço de outro manancial ou poço. O abastecimento só retorna quando há condições da água do manancial ser tratada novamente. Segundo informações da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), dos 125 açudes monitorados pelo órgão, 38 estão em situação crítica, com menos de 5% do seu volume total e 34 já estão abaixo de 20% da capacidade.

Em março, a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA foi até Esperança, na região do Agreste, uma das cidades prejudicadas pela interrupção do abastecimento, em virtude do colapso do açude Vaca Brava. Lá, alguns moradores fazem fila logo cedo para abastecer seus baldes nos tanques naturais que ainda possuem um pouco de reserva de água, já outros moradores compram carros-pipa ou barris para assegurar as necessidades diárias da casa.

Outro município que sofre com essa realidade é Bananeiras. Na última semana, encontramos dezenas de moradores com baldes à espera de água em frente à caixa de água da prefeitura, na ladeira do 'Paravelho'. Era perceptível a ansiedade de muitos deles pelo momento de encher os baldes.

O abastecimento da caixa de água tinha sido feito há poucas horas pelo carro-pipa. Segundo os moradores, a cidade está em racionamento desde o ano passado. Mas há cerca de 15 dias, o abastecimento foi interrompido de forma permanente.

PLANO EMERGENCIAL
O secretário de Recursos Hídricos do Estado, João Azevedo, informou na manhã de ontem à reportagem do Jornal da Paraíba que estava em Brasília para tratar desse assunto na Câmara dos Deputados e no Ministério da Integração Nacional. Segundo ele, há cerca de 60 dias foi apresentado ao governo federal um plano emergencial solicitando recursos para a realização de medidas que amenizem o sofrimento da população das cidades paraibanas que sofrem com o colapso.

“Estamos buscando recursos para perfuração de poços, contratação de carros-pipa, adutoras emergenciais, construção de cisternas, dentre outras ações. Estamos correndo porque sabemos a realidade e o sofrimento dessas regiões. A partir das reuniões vamos ter prazos e apontamentos, mas, caso haja entraves na destinação de recursos, o próprio governo estadual tomará suas providências internas”, destacou João Azevedo.

POPULAÇÃO DE PRINCESA ESTÁ APREENSIVA
A cidade de Princesa Isabel, no Sertão Paraibano, ainda conta com água nas torneiras, mas já está sob aviso da Cagepa: caso não ocorram chuvas capazes de aumentar o nível do reservatório Jatobá dentro de 10 dias, haverá a interrupção total do abastecimento no município. Com a crise iminente, a prefeitura da cidade já estuda medidas para amenizar os danos à população.

A assessoria de imprensa do município informou que o prefeito, Domingos Sávio, decretou estado de calamidade pública e se reuniu com o secretário de recursos hídricos do Estado, solicitando medidas, como a destinação de recursos para a contratação de carros-pipa e compra de caixas de água. “Está sendo feito um mapeamento da situação e da necessidade do município, para levar isso ao conhecimento do Ministério da Integração Nacional, com vistas a resolver, com urgência, essa demanda”.

“Eu já tinha uma caixa de água de mil litros, mas com essa crise de água tive que comprar mais duas para garantir o abastecimento na minha casa. Como moro no Centro não enfrento tantos problemas, mas quem reside em bairros afastados está com problema no abastecimento há muitos dias, sem saber o que é ter água nas torneiras. Uma pena o açude Jatobá chegar a esse ponto”, relatou a comerciante Maria do Socorro Medeiros, 51 anos.

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou contato com a Gerência Regional da Cagepa em Espinharas, responsável pelo abastecimento da cidade de Princesa Isabel, mas as ligações não foram atendidas. Na cidade, segundo dados colhidos no site do órgão, existem 5.318 ligações de água.

AÇUDES EM COLAPSO: CIDADES E DISTRITOS SEM ÁGUA

-Açude Emídio / Montadas

-Açude Algodão / Algodão de Jandaíra

-Açude Boqueirão do Cais / Nova Floresta e Cuité

-Açude ChupadouroII / Serra Redonda

-Açude Vaca Brava/Remígio, Esperança, Distrito São Miguel, Distrito Lagoa do Mato e Distrito Cepilho

-Açude Milhã / Puxinanã

-Açude Covão / Areial

-Açude Riacho de Santo Antônio / Riacho de Santo Antônio

-Açude dos Poços / Distrito Pindurão

-Açude Jeremias / Desterro e Cacimbas

-Poços localizados em Rio do Peixe/ São João do Rio do Peixe

-Bom Jesus I / Carrapateira

-Açude Gamelas / Triunfo

- Rio perene do Açude Engenheiro Ávidos / Distrito de Gravatá

-Açude Canafistula II / Solânea, Bananeiras, Cacimba de Dentro, Araruna, Riachão, Tacima, Dona Inês, Damião, Distrito Barreiros, Distrito Logradouro, Distrito Cozinha

(Colaborou Valéria Sinésio)

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Jornal da Paraíba

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