VIDA URBANA
Mãe acusa policiais da UPS do Mutirão de agredir adolescente
Mãe do adolescente disse que os policiais teriam agredido o jovem com chute e tapas; policiais negam que tenha havido agressão.
Publicado em 15/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 15:56
Uma mulher de 37 anos denunciou à Polícia Civil que o filho, um adolescente de 13 anos, foi agredido por policiais militares no início da tarde da última terça-feira durante uma abordagem no bairro do Mutirão, em Campina Grande. Segundo Isabela Bezerra, o filho foi apreendido por três policiais da Unidade de Polícia Solidária (UPS) do bairro, sob a acusação de ter roubado uma moto na última sexta-feira.
De acordo com Isabela, durante a abordagem, os policiais teriam agredido o filho dela com chute e tapas, fato que ela diz ter sido presenciado por vizinhos, que a chamaram ao notar o fato. A mãe questionou os policiais sobre a agressão e acompanhou o adolescente que foi levado para a Central de Polícia.
Lá, Isabela conta que prestou queixa sobre a agressão ao delegado plantonista e em seguida o adolescente foi levado para fazer exame de corpo de delito. “Eles disseram que meu filho tinha roubado uma moto na sexta-feira de tarde, mas não tem provas disso”, relatou.
Ao falar sobre o assunto, o soldado Ricardo Vieira, da Polícia Militar, que participou da abordagem com outros dois colegas da UPS, negou que o adolescente tenha sido agredido. Segundo o soldado, o jovem resistiu à abordagem e a polícia precisou usar a força para contê-lo, mas sem que tenha havido qualquer tipo de agressão da forma como foi relatado pela mãe.
Sobre o roubo da moto, Ricardo explicou que na sexta-feira os policiais viram o adolescente com o veículo no bairro e tentaram apreendê-lo, mas ele conseguiu fugir por um matagal. Ainda segundo o policial, a motocicleta foi apreendida no mesmo dia e entregue à Polícia Civil. Só na terça-feira, dia em que a suposta agressão teria ocorrido, os policiais flagraram o adolescente transitando pela rua e o abordaram.
O caso será investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Infância e Juventude de Campina Grande.
Segundo a delegada Alba Tânia Casemiro, no laudo foi comprovado lesões no corpo do adolescente, mas isso não prova que foram causadas pelos policiais. "A polícia instaurou um inquérito para apurar o caso e vamos ouvir as vítimas, testemunhas e os policiais para, de fato, saber o que aconteceu”, finalizou.
O subcomandante do 2º Batalhão de Polícia Militar (2º BPM), major Sinval Albuquerque, informou que o comando não havia recebido nenhuma notificação oficial sobre o fato e, por isso, não podia comentar o caso.
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