VIDA URBANA
Mãe de menina baleada no rosto acredita que genro foi autor do tiro
Para a polícia a irmã da vítima disparou arma por acidente.
Publicado em 21/02/2017 às 12:47
A mãe da criança baleada no rosto nesta segunda-feira (20), no Jardim Planalto, em João Pessoa, não acredita que o caso tenha sido um acidente. Segundo ela, o crime foi praticado pelo cunhado da criança atingida, que morava com a irmã dela e agredia constantemente a namorada. A polícia, entretanto, ainda considera a linha de investigação inicial - de que a irmã de 14 anos da menina tenha disparado a arma acidentalmente enquanto elas manuseavam o revólver.
"Ela [a terceira filha, namorada do jovem] disse: 'Eu não quero morar com ele mais não porque ele deu uma pisa (sic) em mim, ele botou uma arma na minha cabeça. Ele queria me matar. E eu não quero morar mais com ele", sustenta a mãe, que não quis se identificar.
A criança de 10 anos foi atingida por um disparo no rosto e, até o início da tarde desta terça-feira (21), seguia internada em estado grave no Hospital de Trauma. A bala atingiu o rosto da criança, ao lado do nariz, e saiu pela parte de trás da cabeça, segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Ainda de acordo com a sogra do rapaz, ele não aceitava que a garota quisesse se separar. "Desde domingo passado [19 de fevereiro] que ele diz que vai matar. Ela diz que não quer morar com ele. Ele diz: 'Você vai. Se não for morar, eu mato você'. Aí ele veio para matar", disse a mãe das meninas.
O delegado da Infância e da Juventude, Gustavo Carleto, confirma as informações prestadas pela mãe da criança, mas diz que ainda não há uma suspeita oficial sobre o rapaz. "A linha mais forte é a de que foi um acidente, mas estamos analisando tudo, se há outra situação", afirma. Apesar disso, o adolescente vai responder pelo crime de porte ilegal de arma. Já a irmã da criança, que teria manuseado o revólver na frente dela, foi autuada por tentativa de homicídio. Os dois foram apreendidos.
À polícia, o rapaz afirmou que a namorada dele, a irmã mais velha da menina ferida, tinha fugido da casa onde moravam após uma briga. "Segundo ele, a família sabia que ele andava armado. Ele estava procurando ela e, para a família não achar que ele ia tentar matá-la, pediu para o irmão das meninas esconder o revólver na casa delas", detalha o delegado.
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