VIDA URBANA
Mais de 3.300 animais foram resgatados pelo Cetas este ano
Ararajuba, Pinta Silva do Nordeste e espécies de Piriquitos. Todas aves ameaçadas de extinção e que, na Paraíba, são vítimas de contrabando ou criação caseira irregular.
Publicado em 25/06/2011 às 12:10
Camila Alves
Do Jornal da Paraíba
Ararajuba, Pinta Silva do Nordeste e espécies de Piriquitos. Todas aves ameaçadas de extinção e que, na Paraíba, são vítimas de contrabando ou criação caseira irregular. Os animais integram a lista de apreensões catalogadas pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que somente nos cinco primeiros meses do ano somam 3.386 bichos resgatados. O número já representa 68,5% do total apreendido no ano passado, que foi de 4.837 animais.
Conforme a bióloga e analista ambiental Tarsila Cavalcanti, do Cetas-PB, o aumento se deve a maior quantidade de operações de fiscalizações realizadas pelos órgãos ambientais. Em 2010, as aves pertencentes à ordem Passeriformes, conhecidas como pássaros, lideraram o ranking de apreensões. São elas: Galo-de-campina, Azulão, Canário-da-terra e Golinha. Este ano, ainda não foi levantado quais são as maiores vítimas da prática ilegal, mas, conforme Tarsila, não deve diferir muito do constatado no último ano.
“As aves são as mais capturadas porque são também as mais criadas em cativeiro, pelas características que possuem como beleza, plumagem e canto”, detalhou Tarsila, acrescentando que também chegam ao Cetas: tatus, macacos, entre outros animais. As apreensões são fruto de fiscalizações da Polícia Florestal e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). Por vezes, os órgãos ambientais também chegam aos infratores através de denúncias, feitas ao Linha Verde (0800 61 80 80).
Segundo o sargento Dillemon Gerônimo, do setor de estatísticas da Polícia Florestal, somente na Região Metropolitana, de janeiro a maio, a coorporação já encontrou 1.890 animais em locais impróprios- sendo a absoluta maioria aves (1.423), seguida por cobras (85) e jacarés (24). Os números da Polícia Florestal integram o total de capturas contabilizadas pelo Cetas.
“O alto índice de serpentes e jacaré se deu pela grande quantidade de chuvas, que faz com que esses animais saiam dos locais mais úmidos e procurem ambientes quentes. Já a criação de aves em gaiolas faz parte da cultura do nordestino”, comentou o sargento. Ele disse, ainda, que as aprensões costumam ser em feiras livres ou casas de populares mesmo – quando há a denúncia. “Algumas pessoas também veem reportagens falando do crime e acabam entregando de forma espontânea. Nesse caso, eles são isentos de punição”, frisou.
O que diz a lei
De acordo com o artigo 29 da lei penal 9.605, de 1998, é crime “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”. A violação da resolução acarreta detenção de seis meses a um ano, além de multa de R$ 500, em caso de animais que não estão em extinção, e de R$ 5 mil – quando eles estão em risco.
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