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VIDA URBANA

Mais de 80 mil trabalha e estuda fora da cidade em que mora

Em João Pessoa, o trânsito é de 57.584 pessoas e em Campina Grande, 14.693. Dados são da pesquisa 'Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas', do IBGE.

Publicado em 25/03/2015 às 14:25

Mais de 84 mil pessoas se deslocam da cidade em que moram para estudar e trabalhar na Paraíba. A estimativa é fruto da pesquisa 'Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil', do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira (25). O trânsito de pessoas para trabalhar e estudar fora chega a 57.584 pessoas em João Pessoa e 14.693 em Campina Grande.

A realização desses cálculos foi feita tomando por base o Censo de 2010, em cima do qual foi realizado um estudo que constitui um quadro de referência da urbanização do país por meio da análise da integração entre os municípios. Para isso, foram analisados os impactos dos movimentos pendulares, aqueles em que os trabalhadores se deslocam para estudar ou trabalhar em outros municípios e voltam ao fim do dia. O estudo teve o objetivo de integrar as informações estatísticas do IBGE e reestruturar o território a partir das relações de interdependência entre os municípios.

Conforme essa base de dados, o IBGE identificou a presença de arranjos populacionais – conceito utilizado para estabelecer o conjunto de dois municípios ou mais que possuem essas relações pendulares. O órgão utilizou esse critério para definir a interação entre as cidades, se em duas ou mais delas há intercâmbio significativo de população, elas passam a formar os arranjos urbanos. Em todo o País são 294 arranjos populacionais formados por 938 municípios. Na Paraíba são 13 arranjos formados por 36 municípios.

Além de João Pessoa, que é considerada uma grande concentração urbana, com sete municípios, e Campina Grande, média concentração, com 5 cidades, outros 11 arranjos são identificados no Estado. São eles Alagoa Nova, com dois municípios, Caiçara (2); Cuité-Nova Floresta (2); Duas Estradas-Serra da Raiz (2); Guarabira (3); Itambé(PE)-Pedras de Fogo(PB) (4); Jacaraú (2); Mamanguape-Rio Tinto (2); Patos (2); Pombal (2); e Solânea (2). Não é preciso ser um grande município para ser classificado nesse tipo de relacionamento, tanto que a maioria (63,6%) dos arranjos é de populações com menos de 100 mil habitantes.

Segundo o IBGE, os arranjos populacionais se formam principalmente por motivos econômicos, já que, em geral, habitantes de municípios menores e mais pobres buscam alternativas de emprego e estudo em vizinhos. Há ainda situações em que a causa da formação do arranjo é política, no caso de municípios que são separados, mas mantêm ligação histórica como se ainda fossem um só.

No Brasil

Em nível nacional, São Paulo é o maior dos arranjos populacionais, com 19,6 milhões de habitantes. Integram esse agrupamento grandes municípios como a capital paulista (com 11,2 milhões de pessoas), Guarulhos (com 1,2 milhão), Osasco, Santo André e São Bernardo do Campo (os três com mais de 600 mil habitantes), e também pequenos, como Pirapora do Bom Jesus (com apenas 15 mil).

O Rio de Janeiro é o segundo maior arranjo populacional, com 11,9 milhões de habitantes espalhados por 21 municípios, seguido por Belo Horizonte (4,7 milhões de pessoas se deslocando em 23 municípios), Recife (3,7 milhões em 15 municípios), Porto Alegre (3,7 milhões em 26 municípios), Salvador (3,4 milhões em nove municípios) e Brasília (3,4 milhões em 11 municípios do Distrito Federal e de Goiás).

O maior fluxo de pessoas para trabalhar e estudar em municípios do Brasil foi registrado entre São Paulo e Guarulhos (146,3 mil pessoas). Mas nem todos os fluxos importantes incluem os núcleos dos arranjos populacionais. O segundo maior fluxo, por exemplo, ocorre entre as cidades de São Gonçalo e Niterói, ambas integrantes do arranjo populacional do Rio de Janeiro (120,3 mil pessoas).

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Jornal da Paraíba

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