VIDA URBANA
Mais doenças infectocontagiosas
Casos de contaminação pelo vírus HIV na capital aumentaram em 7,3%. Dados revelam que maioria dos portadores são mulheres.
Publicado em 03/02/2012 às 6:30
Os casos de Aids e de outras doenças infectocontagiosas aumentaram nos últimos dois anos na Paraíba. No Complexo Hospitalar Clementino Fraga, referência no tratamento dessas enfermidades no Estado, o crescimento no número de alguns tipos de patologias, como as hepatites virais, chegaram a aumentar 66,7%. Só nos diagnósticos de Aids o acréscimo foi de 7,3%. Em 2010, a instituição confirmou a doença em 274 pessoas. No ano seguinte, essa quantidade subiu para 294.
Ainda houve crescimento no número de casos de dengue (que pulou de sete registros em 2010 para 80 em 2011), hanseníase, leishmaniose visceral, leptospirose, sífilis e tuberculose. Só não houve aumento nos registros de meningite.
Os dados são referentes aos meses de janeiro a setembro de 2010 e do mesmo período de 2011 e mostram que as doenças estão se alastrando no Estado, apesar das campanhas preventivas realizadas pelas secretarias estadual e municipais de Saúde. Para os especialistas, a falta de atenção às formas de prevenção é a principal causa desse aumento.
Por ainda não ter cura, a Aids é o maior motivo de preocupação de médicos e autoridades públicas de saúde. Em todo o Estado, de 1985 (quando foi notificado o primeiro caso) até dezembro de 2011, já foram contabilizados 4.750 registros da doença. Em João Pessoa, no mesmo período, houve 1.540 ocorrências.
A maioria dos portadores do vírus HIV pertence ao sexo feminino e contraiu a doença em casa, através de relações sexuais com o marido. A proporção da Paraíba é de duas mulheres infectadas para cada homem contaminado, segundo o coordenador da Central de Testagem e Aconselhamento de Aids e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) da Secretaria Municipal de Saúde, Roberto Maia.
“Algum tempo atrás, ocorria o inverso: a proporção era de oito homens contaminados para uma mulher infectada. Isso mudou em consequência das relações extraconjugais dos homens, que acabam trazendo o vírus para dentro de casa e contaminando a parceira. A maior parte das mulheres contraiu a doença através de relações heterossexuais e estáveis”, afirma o coordenador.
A faixa etária que mais apresenta a doença é a partir dos 50 anos. Uso excessivo de estimulantes sexuais e resistência de usar preservativos são os principais motivos.
“Os homens mais velhos, por questões culturais, não costumam discutir sobre sexualidade em casa. Por isso, ignoram a importância do uso das camisinhas”, explica Roberto Maia
Comentários