icon search
icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

Maternidade na pandemia: os desafios das grávidas e mães de recém-nascidos contra a Covid-19

Mães que integram o grupo de risco para Covid-19 falam sobre o 'maternar' em tempos de pandemia.

Publicado em 10/05/2020 às 7:00 | Atualizado em 10/05/2020 às 14:27


                                        
                                            Maternidade na pandemia: os desafios das grávidas e mães de recém-nascidos contra a Covid-19

Maternar. Verbo com significado semelhante aos adjetivos carinhosa e afetuosa. Mas porque não forte, já que na verdade é a palavra ‘força’ a que melhor define o que é ser mãe. Ainda mais em tempos tão difíceis, como neste domingo (10), quando o mundo se divide entre as comemorações do Dia das Mães e a luta pela vida, combatendo o avanço da pandemia de Covid-19.

Chamado por muitos de ‘inimigo invisível’, o novo coronavírus também tem ameaçado cessar a força de mães, em especial as que compõem os grupos de risco para a infecção, como as gestantes e puérperas, que são aquelas que acabaram de ter filho. No entanto, em meio ao cenário de guerra, elas se mostram cada vez mais fortes ao seguir as recomendações e manter a esperança em dias melhores. 

Para Francisca Rosana da Silva, de Cajazeiras, mãe de ‘primeira viagem’ do pequeno Benjamin, esse Dia das Mães tem um gosto ainda mais especial. O bebê, que completa um mês de vida exatamente neste domingo (10), nasceu prematuro, com 33 semanas de gestação (8 meses), e precisou de cuidados mais específicos, que só uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dispõe. Após uma gestação conturbada, Rosana se deparou com outro problema, a expansão da pandemia de Covid-19 na Paraíba.


				
					Maternidade na pandemia: os desafios das grávidas e mães de recém-nascidos contra a Covid-19
Foto: Arquivo Pessoal / Rosana Silva. Foto: Arquivo Pessoal / Rosana Silva

Rosana, mãe de Benjamin, é natural de Cajazeiras, mas o bebê está recebendo cuidados médicos no Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho, na capital João Pessoa, onde o parto foi realizado. Pela necessidade dos cuidados da UTI Neonatal, e assim, de permanecer em ambiente hospitalar, a mãe e o bebê viram o risco de contágio pelo novo coronavírus ainda mais perto.

“Quando eu comecei a me dar conta desse período de pandemia, a pensar que meu filho poderia nascer prematuro no meio de tanta coisa ruim no mundo, fiquei desesperada. Só que graças a Deus, com o hospital muito bem assistido eu vi todo o cuidado que eles [profissionais de saúde] têm com ele [o bebê] e comigo, e fui aprendendo a lidar com a situação”, comentou Rosana.

Em meio aos riscos que a pandemia pode representar tanto a puérperas, como Rosana, quanto a bebês recém-nascidos, como Benjamin, a cajazeirense ganhou um presente em forma de cuidado. Um capacete de proteção individual, desenvolvido pelo Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) foi entregue ao Hospital Edson Ramalho, e passou a ser utilizado em bebês internados na UTI Neonatal da unidade, como Benjamin. Com tanta demonstração de solidariedade e cuidado a mamãe do pequeno ficou mais feliz ainda.

“Quando fiquei sabendo que meu filho poderia ficar mais protegido ainda com a máscara que ele ganhou, fiquei muito feliz! Só em saber a preocupação que todos têm, porque não estamos vivendo um momento fácil. Então meu sentimento foi de muita felicidade.”, disse.


				
					Maternidade na pandemia: os desafios das grávidas e mães de recém-nascidos contra a Covid-19
Foto: Arquivo Pessoal / Rosana Silva. Foto: Arquivo Pessoal / Rosana Silva

Para a puérpera, apesar de todos os as complicações ocasionadas pelo novo coronavírus no dia-a-dia do ‘ser mãe’, e do perigo que precisa ser encarado de perto por ela e pelo pequeno Benjamin, nada tira a felicidade de sentir o amor de mãe neste Dia das Mães.

“Essa data representa muito. Eu ouvia muitas pessoas dizer que o amor de mãe era incondicional, sem explicação… Hoje, não sou mais a Rosana, sou a mãe do Benjamin, e é um amor sem explicação. O Dia das Mães se tornou o dia mais importante, apesar de tudo isso.”, concluiu.

Ao contrário de Rosana, Nayara Batista, de 29 anos, ainda está esperando seu primeiro filho. A gestante mora na cidade de Lagoa Seca, região metropolitana de Campina Grande, e tem dividido as emoções da maternidade com as preocupações com a pandemia de Covid-19. 


				
					Maternidade na pandemia: os desafios das grávidas e mães de recém-nascidos contra a Covid-19
Foto: Arquivo Pessoal / Nayara Batista. Foto: Arquivo Pessoal / Nayara

Nayara descobriu que estava grávida logo no início da gestação, e não teve nenhuma intercorrência ao longo destes seis meses de espera. Ela conta que possuía o hábito de acompanhar o noticiário mundial sobre a pandemia de Covid-19 antes mesmo da chegada da doença ao Brasil, mas quando tomou conhecimento das primeiras projeções epidemiológicas para o país, sentiu medo.

“Estar gestante num momento desse é muito amedrontador. Foi muito difícil no início. Estar gestante num momento desse é muito amedrontador, porque esse vírus se espalha muito rápido e é muito fácil a contaminação, e nós estamos no grupo de risco, estamos mais vulneráveis”, explicou.

Gravidez e isolamento

Logo após as primeiras confirmações de casos de Covid-19 na Paraíba, o Estado decretou medidas restritivas e Nayara decidiu se isolar. Agora, aos seis meses de gestação, ela evita ao máximo sair de casa, e com o trabalho suspenso temporariamente, na medida do possível ela realiza as atividades de maneira remota, em regime ‘home office’.

Além de evitar descumprir o isolamento social, à exceção de saídas necessárias, como para as consultas de pré-natal, a gestante tem tomado cuidados de higiene recomendados pelas autoridades de saúde, como lavar as mãos e utilizar máscara de proteção individual. Ela também tem evitado o contato direto com familiares.

“Só saio [de casa] para consultas no pré-natal e exames obrigatórios, e sempre lavando as mãos, usando máscara, e evitando até o contato com pessoas até da própria casa, que vão ao mercado e à farmácia. O cuidado tem que ser dobrado”, comentou.

Apesar do clima de tensão, consequente da pandemia do novo coronavírus, Nayara lembra que neste domingo, Dia das Mães, o que será lembrado mesmo é a bênção que significa ser mãe. Para a gestante, a maternidade passou a ser enxergada com uma ótica, e o que vem pela frente, é bem melhor.

“É minha primeira gestação e eu me sinto agraciada por estar gerando um ser, por ter sido privilegiada por Deus para viver esse momento. Meu filho é o melhor do mundo, e eu só consigo pensar em tantas coisas boas que vamos viver juntos, uma vida toda pela frente. Um amor que cresce a cada dia e eu nem cheguei a conhecê-lo ainda, só sinto os 'chutinhos' e é maravilhoso. Esse Dia das Mães vai ser inesquecível pra mim.”, conclui.

Alguns cuidados necessários

Além dos cuidados com a saúde físicas, gestantes e puérperas precisam ficar atentas às precauções com a saúde mental. De acordo com a psicóloga Diane Arantes, especializada em perinatalidade e idealizadora do projeto ‘Florescendo Mãe’, a própria ansiedade já é própria ao processo gestacional, mas com o Covid-19, ela se junta ao medo de ser afetada com o contágio pela doença. O que acalenta, neste momento, é se prender ao lado racional, buscando tranquilidade ao tomar as medidas preventivas.

Nesse sentido, algumas atitudes podem ajudá-las a permanecer saudáveis, elas são importantes e no caso das grávidas, por exemplo, podem ajudar a evitar prejuízos físicos. Daiane Arantes listou algumas dicas; Confira:

  • Participar de grupos de apoio online;
  • Absorver apenas informações essenciais;
  • Praticar atividades físicas;
  • Trocar experiências com mulheres que estão passando pela mesma experiência;
  • Tentar “reinventar” a nova rotina: Chá de fraldas virtual, visitas online, etc.

Caso as mães, em especial as gestantes e puérperas, sigam sentindo um alto nível de ansiedade e estresse, elas devem procurar um auxílio profissional junto a médicos e psicólogos. Mulheres que já desenvolveram estresse ou ansiedade, a depender do nível apresentado, também devem buscar apoio.

A psicóloga também aconselha que as mães continuem mentalizando coisas boas, mesmo em meio às dificuldades da pandemia, e utilizem a simbologia do Dia das Mães para lembrar da dádiva que é ser mãe.

“Apesar das, dificuldade elas (as mães) geram e cuidam de vidas. Por mais que sejam tempos difíceis, elas devem controlar as emoções, seguir firmes, se prender às coisas boas e tentar não focar no que está dando errado, mas estar dando certo. As que têm mães podem se aproximar, mesmo online, para receber ainda mais amor.”, conclui.

Sob supervisão de Jhonathan Oliveira*

Imagem

Bruna Couto

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp