VIDA URBANA
Medicamento causa efeitos colaterais
Distribuição do medicamento para pacientes renais, foi suspenso pela Anvisa, devido a grande ocorrência de reações adversas.
Publicado em 10/02/2012 às 6:30
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) continua distribuindo entre os portadores de doenças renais crônicas da Paraíba o medicamento Sucrofer, usado no combate de anemias em pacientes que são submetidos a hemodiálise. O problema é que esse remédio causa muitas reações adversas e já teve o uso suspenso, pelo menos, por duas vezes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A suspensão mais recente ocorreu em outubro do ano passado e durou 90 dias. Ela foi aplicada especificamente ao lote de número A000763. A medida, tomada em caráter cautelar, foi válida para todo o território nacional em virtude do produto ter apresentado resultado insatisfatório.
Outra suspensão ocorreu em 2008. Na época, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) firmou até um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a SES, com a finalidade de interromper definitivamente o fornecimento do Sucrofer na rede pública. O motivo seria tanto a suspensão determinada pela Anvisa quanto ao fato de o medicamento ter causado muitas reações adversas nos pacientes.
Através da assessoria de imprensa, a Anvisa informou, no entanto, que não há atualmente qualquer restrição técnica contra o uso do medicamento e que a suspensão ocorrida no ano passado foi referente apenas a um único lote do produto, que não apresentou resultado satisfatório.
O órgão acrescentou, por sua vez, que os relatos de possíveis efeitos colaterais vêm sendo investigados pelos técnicos da Agência.
Mesmo diante do impasse e das dúvidas sobre os efeitos colaterais, a SES continua distribuindo o medicamento através da Central de Distribuição de Medicamentos Excepcionais (Cedmedex), em João Pessoa. A informação foi passada ontem pelo próprio secretário de Saúde, Waldson de Souza. Ele explicou que a distribuição continua sendo feita porque a SES não recebeu notificação técnica da Anvisa informando se o medicamento realmente causa danos aos doentes.
“Não podemos suspender um medicamento sem a notificação científica de que ele produza alguma reação adversa”, declarou.
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